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Diogo Morgado sobre "Para Sempre": "As pessoas não vão ficar do meu lado"

Diogo Morgado, protagonista de "Para Sempre", falou sobre o desafio de dar vida ao protagonista Pedro Valente.

Depois de "A Teia", que se estreou na TVI em 2018, Diogo Morgado regressa às novelas no papel de Pedro Valente, um dos protagonistas de "Para Sempre".

"Para mim, o 'Pedro Valente' é único, porque espero que tenha sido a única vez que fiz uma personagem em plena pandemia", começou por referir o ator, durante a antestreia da novela, que decorreu numa sala de cinema.

"Evitei ao máximo ver o que estava a ser feito, porque sei que tudo o que o papel tem de menos bom é fruto do que vivemos em sociedade: o medo, o receio, a frustração, a raiva. Há muitas cosias que não são minhas, mas fruto daquilo que atravessámos ao longo de quase dois anos", explicou Diogo Morgado, referindo que, mesmo durante as gravações, houve diferenças: "A forma como nos relacionámos em plateau foi diferente, a maneira com sentíamos a equipa técnica tensa e receosa nas alturas em que os números de Covid-19 dispararam… Inadvertidamente, tudo isso passa para as cenas. Havia algumas que eram tensas e ficaram super-tensas ou outras que não podiam ter receio e as personagens estavam com medo. Pelo meio, ainda houve casos de Covid-19 no elenco."

"Tudo o que foi feito foi feito com verdade", sublinhou o ator, acrescentando que, devido à pandemia, "foi uma verdade emprestada".

Já sobre a personagem a que deu vida em "Para Sempre", Diogo Morgado afirmou: "Se tudo correr bem, as pessoas não vão ficar do meu lado. Vão ficar do lado da história. Umas vezes percebem porque é que ele reage de certa maneira e, quando elas acham que não, [que] ele não deve fazer aquilo de forma nenhuma ou que foi totalmente errado, de repente, descobrem uma ponta da história que não sabiam. A ideia é essa: criar esta interatividade em que nem tudo seja completamente óbvio."

"Gosto de personagens que têm um instinto primário e quase primitivo maior do que eles próprios. As grandes histórias permanecem no tempo por temas que nos são unânimes a todos", frisou o ator, referindo o que o fez aceitar protagonizar "Para Sempre". "Já tinha trabalhado com o André [Ramalho, autor da novela] na "Teia" e gostei muito de trabalhar com ele, daí ter aceite este projeto. O André preocupa-se com que nada seja óbvio. E mesmo que os núcleos estejam dentro da plataforma daquilo que é conhecido num formato novela, ele procura que a abordagem não seja logo imediata e não seja óbvia. No caso da minha personagem, posso dizer que ele tem para aí umas quatro fases em que nós achamos que o conhecemos, e, de repente, há um novo dado que não sabíamos e dizemos: 'Espera aí, então e agora? Eu pensava que ele era isto, afinal não'."

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