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António Raminhos exibe cicatriz e relata história arrepiante: "Vi o pânico na cara dela"

Foi nas redes sociais que António Raminhos contou a história por detrás de uma cicatriz que tem na zona abdominal. O relato impressionou os fãs.

"Muita gente goza comigo, por causa da 'cicatriz da cesariana', ou porque a minha barriga 'está triste'. Sem problema, como é óbvio, mas a história já tem mais que se lhe diga", introduziu, na legenda da imagem que mostra a tal cicatriz.

"Aos 19 anos, fui operado a uma hérnia. Passei três dias no Curry Cabral, num pavilhão, que mais parecia hospital de campanha, onde as 'salas' eram divididas por taipais. Ao meu lado, tive um homem que passava várias horas do dia a escarrar para um saco de plástico, que tinha, carinhosamente, pendurado, ao lado da cama. Eram longos segundos, em que ele inspirava profundamente e fazia um som gutural, para ir buscar a gosma, mesmo lá ao fundo. Como se não bastasse, durante a noite, sentava-se na cama, virado para mim, a comer bolachas Maria, fazendo questão de sonorizar cada mastigadela com um 'mnha mnha mnha'. Três taipais à frente, tinha um homem que gritava a noite toda, para além da equipa de enfermagem, que falava, alto e bom som, durante a madrugada", começou por relatar.

O pior estaria para vir, como explicou o humorista: "Fui para casa. Dois dias depois, começo a explicar que sentia algo estranho. Custava-me muito a mexer e parecia que tinha algo... Ao terceiro dia, estava com 39,5 de febre. Fui para as urgências, onde, sem anestesia (acho que só podia mesmo ser assim), a médica tira os pontos. Vi o pânico na cara dela."

"Nesse momento, senti-me a esvair em sangue. Não era sangue, era pus… estava tudo infetado. Foram as dores mais horríveis que me lembro de ter. Os médicos tinham de enfiar seringas e seringas de Betadine, para dentro, e espremer a minha barriga, para limpar tudo. Durante um mês, tive de andar com um buraco e um dreno, a fazer pensos diários. O processo era bonito. Enfiavam-me, entre a pele e a parede abdominal, gaze enrolada num ferrinho, e eu sentia, literalmente, aquilo a mexer dentro de mim", explicou.

"Como este tratamento foi feito nos centros de saúde dos anos 90, a maior parte das vezes, estava a fazer o penso e, ao meu lado, um ou outro toxicodependente a fazer o seu penso de feridas abertas feitas pelas agulhas, ou sei lá o quê. Fiquei com sequelas desta treta. Não é a história do coitadinho, é só uma história dos anos 90", concluiu.

Veja, agora, a imagem, na galeria de fotografias.

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