A TVI está prestes a fazer 29 anos e, por isso, queremos celebrar esta ocasião de uma maneira muito especial. Desafiámos o apresentador Cláudio Ramos, de 48 anos, a recordar os melhores momentos no canal de Queluz de Baixo e, agora, partilhamos tudo consigo.
1. Recorda-se do seu primeiro dia na TVI? Que memórias guarda desse momento? E do regresso?
Tive dois primeiros dias (risos). O primeiro foi quando participei no "Big Brother Famosos 2", em 2002. Depois, comecei como repórter do programa "Rosa Choque", da Teresa Guilherme, e, ao mesmo tempo, apresentava o "Olhó Vídeo". Era tudo uma novidade para mim. Era colaborador da empresa e apresentava uma produção externa. O segundo momento, que aconteceu em 2020, foi um regresso que me trouxe as memórias daquele Cláudio, que sonhava há tanto tempo que lhe acontecessem as coisas que viveu, entretanto. São, seguramente, boas memórias.
2. Lembra-se onde estava há 29 anos aquando do nascimento da TVI?
Quando a TVI nasceu, eu trabalhava na Rádio Renascença, em Elvas, na delegação regional, e já tinha muita vontade de fazer televisão. Tenho uma carta, em casa, em que, já na altura, me tinha disponibilizado para fazer castings, na TVI. Enviei, na verdade, para a SIC e para a TVI, na altura, e tenho essa carta bem presente. Lembro-me que pairava no ar a magia da televisão, porque era novidade. Era completamente diferente daquilo a que estávamos habituados, que era a RTP1 e a RTP2, à tarde.
3. O que é que gostava de ainda fazer no canal?
Gostava de ainda fazer muitas coisas, na TVI. Acho que há muito para se fazer em televisão. Ao contrário do que se diz, não está tudo inventado e há muitas maneiras de embrulhar as mesmas coisas, de maneira que o telespectador se sinta sempre surpreendido e queira ver. O mundo está sempre a mudar. Quanto mais não seja, há sempre um lugar onde as pessoas podem ir para falar, para serem ouvidas. A televisão tem de ser encarada, também, enquanto isto. Tem a enorme função de dar palco a outras pessoas que não têm outra forma de o fazer e que, ali, se sentem acarinhadas. Sinto um enorme privilégio por cada minuto em que alguém está comigo, e sinto que é uma oportunidade que estamos a dar para que as pessoas possam "gritar".
4. Como encara o futuro?
Com otimismo. Estou numa fase muito mais quieta, a nível de futuro. Acho que, talvez, os 48 anos me tenham trazido alguma estabilidade nesta inquietação que esta nossa vida profissional tem. Estou muito tranquilo, sei exatamente aquilo que não quero fazer e sei exatamente aquilo que estou a fazer. Isto sossega-me e deixa-me tranquilo.
5. Com quem é que se aconselha quando surgem novos desafios?
Comigo. Sou muito solitário nas minhas decisões. Aconselhei-me comigo, sempre. Não o fiz com mais ninguém. Sou eu que decido se devo, ou não, seguir aquele caminho. Depois, também sou só eu que recebo os louros, ou os fracassos. Diga quem disser alguma coisa a meu respeito, essa pessoa não vai dividi-los comigo, vai apenas seguir a vida dela.
6. Já sabe que fato vai usar na gala de aniversário da TVI?
Ainda não pensei no fato da gala. Tenho muitos cá em casa que foram usados apenas uma vez e que podem, perfeitamente, ser reciclados.
7. E como tem lidado com a pandemia?
Já tive várias fases. Tive, desde o primeiro momento, muita cautela, que é a mesma que mantenho até hoje. Acreditei sempre muito que a pandemia existia e nunca duvidei da informação que me era passada. Fiz sempre aquilo que acho que todos devíamos ter feito: zelar pelo nosso bem-estar, uma vez que estamos, automaticamente, a zelar pelo bem-estar do outro. Adiámos um pouco a nossa vida, claro que sim, continuamos a adiá-la, porque ainda não acabou, mas estou convencido de que, um dia, vai passar. Até hoje, ainda não contraí o vírus, graças a Deus. Acho que se deve à vacinação e à enorme cautela que tenho. Mas não significa que não venha a apanhar amanhã ou noutro dia qualquer.