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"Pipoca Mais Doce": "Não podemos deixar isto nas mãos do bom senso, quando a maioria tem pouco ou nenhum"

Depois de ter testado positivo para a Covid-19, Ana Garcia Martins escreveu um texto sobre as novas medidas de confinamento, pedindo para que os portugueses sejam cumpridores.

O confinamento obrigatório foi decretado e, ainda assim, muitos são os portugueses que não o cumprem. A autora do blogue "A Pipoca Mais Doce" foi uma das várias figuras públicas que se mostrou revoltada perante o desrespeito de tantos por tais medidas.

"O Covid veio dividir o mundo em várias tipos de pessoas. Por um lado, as que vivem toldadas pelo medo, que não saem de casa desde março de 2020 (conheço alguns casos), que continuam a desinfetar as compras e que acham que qualquer pessoa que ponha o nariz na rua é um perfeito irresponsável. Do outro, as que se estão só a c****, que acham que o vírus é um mito, que é inofensivo, que contornam todas as medidas de segurança, que fintam a lei sempre que podem e que acham que quem leva a coisa a sério é um c*ninhas", começou por escrever a comentadora do "Big Brother - Duplo Impacto".

"E, depois, há, ainda, ali, um grupo intermédio, no qual acho que me incluo. Não vivo obcecada pelo assunto, não me deixo levar pelo pânico, mas respeito a doença e cumpro o que me é pedido. Se aligeiram as medidas, eu aligeiro a atitude, mas, se voltam a apertá-las, sou a primeira a acatar. Entrar numa rede social, nos dias que correm, é como entrar num campo de batalha, em que todos apontam o dedo a todos. Que a culpa é do Governo, que não sabe impor-se e meter a malta na ordem, que a culpa é dos portugueses, que são todos uns patetas, culpa, culpa, culpa a saltar por todos os lados. A verdade é que os números estão aí e são verídicos. Mas não são só números. Alguns deles representam pessoas muito doentes, outros pessoas que acabarão por morrer e, tudo junto, resulta num SNS estafado, à beira do colapso, com profissionais no limite", continuou.

Ana Garcia Martins concluiu a reflexão, apelando ao confinamento, face aos números alarmantes que enfrentamos: "Acho que isto é uma questão de consciência social, mas, na verdade, não podemos fiar-nos na boa vontade alheia. E, apesar de não defender nem gostar da ideia de um Estado-paizinho, que tem de andar sempre atrás de nós, em calhando, neste momento, precisamos mesmo de medidas mais severas, de ser mais policiados, de ter mais proibições, mais multas e menos exceções que possam ser contornadas. Não podemos deixar isto nas mãos do bom senso, quando já se percebeu que a grande maioria de nós tem pouco ou nenhum. Estamos todos fartos, descrentes, infelizes, mas ou fazemos mais este esforço ou corremos sérios riscos de prolongar a situação até ao infinito. Confiemos, irmãos, e confinemos."

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