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João Moleira recorda quando soube da morte do pai: "Estava, em direto, a apresentar um jornal"

O pivô João Moleira fez uma viagem no tempo e recordou o dia em que recebeu a notícia da morte do pai, enquanto apresentava um noticiário.

Numa entrevista intimista, João Moleira recordou um dos momentos mais complicados que viveu, no percurso profissional. "Foi o dia da morte do meu pai. Estava 'no ar', quando soube. Era um dia de aniversário da SIC Notícias, dia 8 de janeiro de 2016. O meu pai já estava muito mal, no hospital, e a minha vida, nos seis meses anteriores à morte do meu pai, era sair [da SIC] às 10:00 horas, ir buscar a minha mãe, irmos para o hospital e estarmos lá até às 20:00 horas", começou por recordar o pivô, de 43 anos.

"Dava-lhe o almoço, dava-lhe o jantar, fazíamos-lhe companhia, falávamos com ele o tempo todo. Foi a minha vida durante seis meses. Na véspera, no dia 7, nós estivemos lá e deixaram-nos estar até um bocadinho mais tarde, saímos de lá eram 21:00 horas e o meu pai faleceu, salvo erro, às 22:40 horas, mas nós não soubemos. Não avisaram, só avisaram no dia seguinte", acrescentou.

Em conversa com Daniel Oliveira, João Moleira descreveu o que se passou na manhã do dia 8 de janeiro de 2016: "Estava, em direto, a apresentar um noticiário e recebo uma mensagem da minha irmã a dizer: 'Ligaram-me do hospital.' E, num dos intervalos, liguei-lhe e ela disse que não conseguiu atender, não sabia o que era. E pensei logo: 'A ligarem do hospital, às 08:00 horas, é porque já aconteceu.' Tinha um grande amigo meu que era responsável pelos Cuidados Intermédios do Hospital de Vila Franca, mandei-lhe uma mensagem e ele telefonou-me. Atendi o telefone, a meio de uma peça que eu sabia que tinha três minutos, e ele diz: 'João, lamento. O teu pai faleceu.' E, depois, foi aguentar mais 90 minutos 'no ar'. Não sei, até hoje, como é que consegui."

"Tive que aguentar a emissão até ao final, não disse a ninguém o que tinha acontecido. […] O que é que eu ia fazer? Ia pedir para sair a meio do jornal? Não ia adiantar nada, porque o meu pai já tinha partido. Daí para a frente, fiquei em piloto automático. […] Quando me vinham as lágrimas aos olhos - porque não tive oportunidade de chorar no momento em que recebi a notícia -, tentava pensar em coisas boas, positivas, mas, naquela altura, foi muito difícil", continuou.

"Durante esse período, só tive oportunidade de voltar a falar com a minha irmã, a quem disse o que aconteceu, e combinámos uma coisa: ela ia para o hospital e eu, assim que saísse dali, ia para casa contar à minha mãe", concluiu João Moleira.

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