Entrevistas

Margarida Marinho radiante com novo projeto... e não é na representação!

Em entrevista à SELFIE, Margarida Marinho fala sobre a segunda aventura literária. Depois de "Tattoo", a atriz publica "A Magia das Boas Palavras".

Qual é "a magia das boas palavras"?
As boas palavras são os principais ingredientes de uma poção mágica que está ao alcance de todos nós, mas que nem sempre nos lembramos de usar. Na verdade, basta usá-la e espalhá-la e a magia acontece.

Que história é contada nesta nova obra?
Quando Olivia - uma princesa mimada à beira do nada - e Alexis - o filho de um mercador abastado - se conhecem, trocam palavras carregadas de raiva. O encontro explosivo mudou a vida da princesa de um dia para o outro. Porém, a roda da vida voltaria a rodar e, um dia mais tarde, confronta-os novamente. Tudo poderia ter terminado de forma sangrenta, mas, quando ambos reconhecem o poder mágico de uma certa palavra (que eu não vou revelar aqui), a história dos dois jovens muda para sempre.

Quanto tempo demorou a escrever o livro?
Dois anos e mais uns pozinhos...

Que mensagem quer passar com esta obra?
No fundo, através de A Magia das Boas Palavras, quis falar sobre o poder que as palavras têm na construção da nossa realidade. Em criança, ouvimos palavras que nos expandiram, que nos enriqueceram. Porém, também ouvimos palavras que tiveram em nós um efeito demolidor, que nos encolheram e que nos assustaram. Se reconhecermos o poder das palavras, se identificarmos a sua origem, criamos distância e, com sorte, não daremos "troco" às palavras menos boas!

A princesa Olívia tem alguma coisa da Margarida?
De certeza que sim! Mas o Alexis, o Rei e o mercador também têm umas células minhas [sorri].

"Nunca dês troco a palavras menos boas!" é a lição que fica para quem lê o livro. Nunca deu importância ao que não importa?
Sim, dei e várias vezes. Infelizmente, só reconheci esse efeito na idade adulta. É uma das razões por que sinto necessidade de falar sobre esse tema com os mais novos.  

As ilustrações são de Iva Mykhailian. É uma coincidência ter escolhido uma ilustradora ucraniana?
Nada é por acaso!

Como se deu este encontro profissional?
Eu conheci o trabalho da Iva através da sua agente, Inês Silva. Infelizmente, não a conheço pessoalmente, mas sei que a Iva conseguiu chegar à Polónia, onde reside com uma das suas avós.

A lição de que há pouco falava pode também ser uma boa analogia para os protagonistas desta guerra?
Não creio ter criado uma analogia para o massacre sanguinário que presencio virtualmente todos os dias.

Qual é o maior desafio de criar uma história para crianças e jovens?
Criar empatia e nunca descurar a clareza, a simplicidade.

Porquê aventurar-se na escrita para o público infantil e juvenil?
Não sei explicar o "chamamento", mas é forte [sorri].

Quando os filhos, Manuel e Carlota, eram crianças, lia-lhes muitas histórias?
Todos os dias, ao deitar. À falta de texto, inventava. Um hábito que herdei da minha mãe.

Já tem ideias para um próximo livro?
Já tenho um novo manuscrito, pronto para ser apreciado. E tenho outros dois projetos em fase de escrita.

E para quando uma obra para o público adulto?
Sim, um dos projetos dirige-se ao público adulto.

Tem sido fácil conciliar a escrita com a representação?
Colaborei regularmente com jornais e revistas (contos e crónicas), mesmo antes de ser atriz profissional. Desde 2014, tomei a decisão de criar espaço para coabitar com ambas expressões artísticas. Escrevo todos os dias e interrompo a rotina quando integro um projeto de teatro, cinema ou televisão. Claro que ando sempre com uma caneta e um caderninho atrás de mim, mas não é a mesma coisa, não...

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