Goucha

Manuel Luís Goucha recorda relação "que teve alguma toxicidade": "Fui ao fundo do poço"

Foi em conversa com Carolina Deslandes que Manuel Luís Goucha, desta vez no papel de entrevistado, abriu o coração.

"Ainda fazes terapia?", perguntou Carolina Deslandes a Manuel Luís Goucha, no podcast "A Duas Vozes".

"Fiz há muitos anos. Coincidiu com uma relação que acabou, de 11 anos, e que teve alguma toxicidade. Uma das causas da minha vida é a violência doméstica. Aí está uma coisa que eu posso fazer, quando tiver tempo, campanhas contra a violência doméstica", começou por responder o apresentador.

"A relação foi maravilhosa, porque a pessoa com quem vivi fez-me descobrir o prazer da pesquisa. Vivi com alguém que me fornecia, tinha possibilidades de me fornecer, todo o tipo de informações sobre os convidados que eu iria ter no principio de tudo, na 'Praça de Alegria' [da RTP1]. Foi assim que descobri que o caminho tinha de ser aquele, não o da fama, mas o do trabalho. Se estivesse muito bem preparado, seria um bom profissional", continuou.

Porém, Manuel Luís Goucha ouviu coisas que o magoaram. "Quando se escuta um companheiro de vida a dizer 'Tu és uma me***, só és bom porque estou aqui', acabas por interiorizar. É a violência verbal, que entronca na violência psicológica. Acabo uma relação de 11 anos e como é que me sinto? Uma me***. 'E, agora, como é que vou avançar?'. Foi há 30 anos. Ali balanças, vais abaixo", recordou.

"Ao mesmo tempo, estava a fazer o programa 'Momentos de Glória', na TVI. Um grande programa, um grande projeto, entrevistei vedetas internacionais do cinema. Vieram todos de propósito ao programa, mas não tive a humildade de dizer 'Não vou ser capaz, não tenho a dimensão cultural para entrevistar estas pessoas'. Disse que 'sim' e fui arrasado nas criticas. Tudo isto fez com que eu fosse ao fundo do poço. Pensei no pior, entrei num estado depressivo", contou.

"A psicanálise o que me deu? Atenção, que tentei a psiquiatria. Foi através da psicanálise que encontrei ferramentas, há 30 anos. Primeiro entendi-me, descodifiquei-me. Percebi por que é que não dormia, me sentia tão frágil e depois arranjei ferramentas para não voltar a cair nisso. Sei quais são os meus pontos fracos e os gatilhos que podem espoletar um estado mais depressivo", afiançou.

"Quando tenho [a minha frente] alguém que passou por uma depressão, tenho automaticamente um estado de empatia por essa pessoa, porque sei o que ela passou, rematou.

Veja, agora, o vídeo.

Caso esteja a sofrer de algum problema psicológico, tenha pensamentos autodestrutivos ou sinta necessidade de desabafar, deverá recorrer a um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral, podendo, ainda, contactar uma das seguintes entidades:

- Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (número gratuito) e 210 027 159

- SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545

- Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

- Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 030 707

- SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020

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