Afinal, o que mudou no restaurante O Histórico após o "Pesadelo na Cozinha"?

Situado naquela que é a capital do vidro, na Marinha Grande, o restaurante O Histórico é, também, um mini museu que honra os artesão desta arte. Após a passagem do "Pesadelo na Cozinha" pelo espaço, a SELFIE foi averiguar quais as mudanças que se mantêm e se o restaurante está, finalmente, a fazer história na gastronomia local.

No centro da cidade, O Histórico é propriedade de Leonel Carvalho, igualmente, o responsável pela confeção da comida, mas que gosta, também, de ser conhecido como o Nicolas Cage da Marinha Grande.

Visitámos o restaurante num fim de semana chuvoso e, logo à entrada, percebemos a ligação ao vidro, com uma pequena exposição dedicada ao tema, bem como os diferentes pormenores na decoração da sala típica.

Contudo, o frio que se fazia sentir, e o facto de a temperatura da sala estar pouco amena, obrigou-nos a permanecer sentados, ainda, enrolados nos nossos casacos.

Não seria a simpatia da (única) funcionária que nos "aqueceu", mas sim a Sopa de Cozido que pedimos para entrada, depois de uma atabalhoada explicação dos pratos disponíveis, assim como do modo como seriam servidos.

Da ementa desse dia, com a opção económica do menu por 8€, que incluía entradas, pão, sopa, prato e café, elegemos Pota à Lagareiro, Bacalhau com Natas e Cogumelos e Naco de Ganso da Vitela. Como tínhamos uma criança, o próprio cozinheiro veio à mesa perguntar qual seria o prato que esta ia comer e, ao perceber que seria a opção de carne, teve o cuidado de a confeccionar no ponto e de a acompanhar com um ovo estrelado.

O tempo de espera acabaria por valer a pena, como a pota cozinhada na perfeição, acompanhada de umas deliciosas batatas a murro e grelos, assim como o bacalhau, cuja dose generosa daria para mais do que uma pessoa. Apenas uma nota: se não é fã de pimenta, este não é o restaurante certo, pois tudo é muito temperado com esta especiaria.

Entretanto, a sala foi enchendo, mas a eficiência da empregada Vânia na explicação dos pratos não melhorou, com o cozinheiro a vir às mesas mais do que uma vez, tanto para esclarecer questões, como para cumprimentar clientes, a quem trata pelo nome. Tudo isto leva a que o tempo de espera pela comida acabe por derrapar. Embora não tenha havido queixas dos clientes, acreditamos que, durante a semana, com horário de trabalho para cumprir, seja difícil eleger este restaurante para a hora de almoço.

Na hora das sobremesas, porém, a funcionária foi bem mais solícita e trouxe, para uma mesa, uma bandeja com todas as opções, explicando os ingredientes de cada uma. Difícil foi escolher! Elegemos um Cheesecake, Pudim de Ovos e Baba de Camelo que, embora não tenham surpreendido, não dececionaram e corresponderam à expetativa.

No final, Leonel fez questão de se levantar da mesa em que, entretanto, estava a almoçar e perguntar se estava tudo do nosso agrado e até tivémos o privilégio de o ter como guia turístico, uma vez que fez questão de nos acompanhar ao Museu do Vidro e apresentar os artesãos (duas lendas vivas) que por lá laboravam, ao mesmo tempo que contava algumas histórias da região.

Em relação aos problemas detetados pelo Chef Ljubomir Stanisic permanece o longo tempo de espera e a dificuldade em arranjar funcionários, bem como o preço dos menus, que não dão grande margem para lucro. Já em relação à higiene na cozinha, não pudemos aferir se houve mudanças.

No fundo, continua a existir um cozinheiro com muito gosto por cozinhar, mas continuam a persistir as dificuldades em fazer o restaurante singrar e ser lucrativo.

Veja, agora, as imagens na galeria que preparámos para si.

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