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Atriz Klara Castanho obrigada a revelar que foi violada, engravidou e deu o filho para adoção

Depois de uma inconfidência divulgada pela imprensa brasileira, a atriz Klara Castanho foi obrigada a assumir que foi violada, que engravidou e que entregou o bebé para adoção.

É um caso que está a chocar o Brasil e o mundo: Klara Castanho, atriz brasileira, de 21 anos, viu-se obrigada a escrever uma carta aberta, que divulgou nas redes sociais, para contar o drama que viveu após ser violada, ter engravidado e dado o filho para adoção. 

A polémica começou depois de a atriz Antonia Fontenelle ter feito um vídeo, no YouTube, a revelar que uma atriz da Globo tinha engravidado e dado o filho para adoção, recriminando a atitude da jovem.

"Pediu que o hospital apagasse a entrada dela no hospital e pediu que nem queria ver o filho", afirmou Antonia Fontenelle, acrescentando, depois: "A coisa que mais me doeu foi: cadê essa criança?".

As informações terão sido, alegadamente, divulgadas pelo colunista Leo Dias e, apesar de Antonia Fontenelle não ter dito o nome da jovem em questão, começaram a surgir rumores acerca da identidade da atriz e depressa se chegou ao nome de Klara Castanho.

Com a pressão crescente e a história a ficar fora do controlo nas redes sociais - com muitas acusações e insultos pelo meio -, Klara Kastanho veio a público e contou o que aconteceu através de uma carta aberta, que conta com quase oito milhões de "gostos".

"Este é o relato mais difícil da minha vida", começa por escrever a jovem, declarando que não imaginava que, um dia, precisasse de se expor desta forma tão pública.

"Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, pois algo morreu em mim", contou, revelando que, na altura, não apresentou queixa junto às autoridades por vergonha e culpa: "Tive a ilusão de que, se fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu."

Klara Kastanho descreveu, ainda, que tomou a pílula do dia seguinte e tentou focar-se no trabalho e na família, mas que, meses depois, descobriu que tinha engravidado na sequência do abuso que sofreu. "Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando soube", revelou, explicando que contou ao médico que tinha sido violada e que este não teve empatia por ela: "Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo."

"Ainda estava tentado juntar os cacos, quando tive de lidar com a informação de ter um bebé. Um bebé fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter", confessou Klara Castanho que, dias depois de saber que estava grávida, deu à luz a criança e deu o bebé para adoção.

"Tomei a atitude que considero mais digna e humana. Ao reconhecer a minha incapacidade de exercer esse cuidado, eu optei por essa entrega consciente e que devia ser segura", lamentou a jovem que, ainda no bloco de parto, depois do nascimento do bebé, foi abordada por uma enfermeira: "Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'."

"Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. Eu não tive tempo de processar tudo aquilo que estava vivendo, de entender, tamanha era a dor que estava sentindo", continuou Klara Castanho, que acusa a falta de profissionalismo e sigilo: "Os profissionais que deviam ter-me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm o dever legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança."

No final, a atriz lamentou, ainda, a forma como a história foi tornada pública: "A notícia se tornou pública, e, com ela, vieram mil informações erradas e ilações mentirosas e cruéis. Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensado em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei. Como mulher, eu fui violentada, primeiramente, por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam."

Depois de conhecido o relato de Klara Castanho, a atriz tem sido alvo de uma onda de apoio. As autoridades brasileiras estão, também, a investigar os profissionais de saúde envolvidos no processo, assim como o hospital em que se deu o parto, e os jornalistas que divulgaram a história.

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