Em conversa com Daniel Oliveira, João Manzarra recordou o período em que acompanhou de perto a doença do pai, António Miguel Manzarra, que veio a morrer em 2019. "Foi um ano que vivi com o meu pai, neste cuidado e atenção constante. As tristezas eram muito fortes e as alegrias também. Viver nesta dinâmica, em que a aproximação era sempre constante, fez com que a vida se tornasse incrivelmente bela. Durante este período, a minha vida tinha um sentido, uma missão... Sem dúvida alguma que foi o ano mais importante e mais belo da minha vida", defendeu o apresentador.
Questionado sobre qual a missão que dizia assumir, João Manzarra clarificou: "A missão era de entrega, de dar, de cuidar..."
"Houve sofrimento e houve dor, mas houve também um foco muito grande naquilo que eu podia ser, naquilo que eu podia ajudar para tornar o ano que corria melhor para o meu pai. Então, foquei-me muito nisso. Naquilo que proporcionei, nas surpresas que também acabaram por me ajudar nestes momentos de dor... O amor que se recebe é muito bom. E isso eu recebi sempre", analisou o profissional da SIC, hoje com 37 anos.
No programa "Alta Definição", João Manzarra contou ainda que a luta contra o cancro do pai ficou pautada "sempre por alguma esperança", embora "os resultados nunca fossem muito bons". "As coisas nunca eram muito esperançosas. O que chegava das análises e mesmo as reações físicas dele eram sempre não muito boas, eram sempre muito frustrantes... Tentávamos compensar isso com os momentos mais alegres possíveis, com alguma leveza, com alguma aceitação... Mas, na verdade, a estrutura que eu tive para encarar esse momento veio também da estrutura que o meu pai me deu ao longo da vida. Portanto, o meu pai preparou-me para a morte dele, de certa maneira", fundamentou.
Na infância, recordou ainda, o apresentador lutava contra pensamentos relacionados com a morte do progenitor. "Lembro-me de que, quando era pequenino, sempre que eu acordava a chorar era com a morte do meu pai. Chorava, acordava, não conseguia dormir... Mas, depois, quando aconteceu, foi difícil e foi duro, mas foi a melhor gestão emocional possível que acho que poderíamos ter tido. E não foi de contenção, foi de libertação. Às vezes, dizia ao meu pai: 'Pai, às vezes, preciso de chorar. Aceita que eu chore'. E chorava bastante", disse.
Veja, agora, na galeria que preparámos para si, imagens do pai de João Manzarra partilhadas pelo apresentador.