Para o jornal The Times, "o que quer que a família real esperasse da entrevista, foi pior".
"Meghan sofreu de tendências suicidas. Ela estava preocupada com seu bem-estar mental. Chorou durante um compromisso oficial. E a família real não ajudou", acrescentou o diário, evocando "denúncias nocivas".
"A imagem que surgiu é a de um casal vulnerável, que se sentia preso no seu papel [na família real] e que se sentia desprotegido pela instituição", continua o jornal sobre a entrevista com a estrela da televisão norte-americana Oprah Winfrey, que foi transmitida na noite de segunda-feira, dia 8, no Reino Unido.
Para o Daily Telegraph, não chegava à família real "esconder-se atrás do sofá". Era de um "colete à prova de balas" que precisava perante a entrevista, que continha "munições suficientes para afundar uma frota" e, "possivelmente, como alguns temem, infligir os mesmos estragos à monarquia britânica".
"É justo dizer que esta entrevista indiscreta de duas horas é o pior cenário possível para o que o casal tem, repetidamente, referido como a Firma" (uma alcunha dada à monarquia), acrescenta o diário conservador, destacando os comentários racistas de que, segundo Meghan Markle e o príncipe Harry, o filho Archie foi alvo antes mesmo de nascer.
As alegorias militares foram invocadas pelo canal de televisão ITV: "O casal, na prática, carregou um bombardeiro B-52, voou sobre o Palácio de Buckingham e descarregou o arsenal todo em cima".
Para a BBC, esta "é uma entrevista devastadora" que revela "as terríveis pressões dentro do Palácio" e esboça "a imagem de indivíduos insensíveis, perdidos numa instituição indiferente".
O tabloide Daily Mirror insiste na "imensa tristeza" do príncipe herdeiro, Carlos, pai do príncipe Harry e do príncipe William, enquanto o Daily Express denuncia "uma conversa televisionada com Oprah que serve os próprios interesses" do casal, exilado nos Estados Unidos Estados desde o afastamento da monarquia, na primavera de 2020.
Como outros jornais, cujas edições fecharam antes da transmissão da entrevista, o Daily Mail contrasta com a manchete dedicada à "poderosa" mensagem de dever partilhada pela rainha Isabel II, a avó de Harry, que fez um discurso que circulou na televisão britânica, horas antes, a propósito do dia da Commonwealth.