"Triste de quem tenta ser alguém na vida, atirando os homens uns contra os outros", começa por escrever o futebolista.
"Quando um homem se ajoelha na frente de Deus, devia olhar para Deus com o mesmo amor com que Deus olha para nós, sem distinção de raça ou cor. Triste de quem se ajoelha só para ficar bem na fotografia, para enganar os outros e parecer um homem de bem aos olhos do povo", continuou Ricardo Quaresma, antes de salientar: "A seleção nacional de futebol é de todas as cores, pretos, brancos e até ciganos. Em todos bate no coração a vontade de dar a glória ao país e, no momento de levantar os braços e celebrar um golo, acredito que nenhum português celebre menos porque o jogador é preto, branco ou cigano."
Depois, o jogador salienta: "Eu sou cigano. Cigano como todos os outros ciganos e sou português como todos os outros portugueses e não sou nem mais nem menos por isso. Como homem, cigano e jogador de futebol já participei em várias campanhas de apelo contra o racismo, não porque parece bem, mas porque acredito que somos todos iguais e todos merecemos na vida as mesmas oportunidades, independentemente do berço em que nascemos."
No final, Ricardo Quaresma faz questão de alertar os seguidores para o "perigo" de alguns discursos políticos. "O populismo racista do André Ventura apenas serve para virar homens contra homens, em nome de uma ambição pelo poder, que a história já provou ser um caminho de perdição para a humanidade. Olhos abertos amigos, o populismo diz sempre que é simples marcar golo, mas, na verdade, marcar um golo exige muita tática e técnica. Olhos abertos amigos, o racismo apenas serve para criar guerras entre os homens em que apenas quem as provoca é que ganha algo com isso. Olhos abertos amigos, a nossa vida é demasiado preciosa para ouvirmos vozes de burros... isto se queremos chegar ao céu".