ESCORPIÃO - O Eremita

"Amas ou não uma mulher, mas não sabes porquê. Como hás-de poder saber a razão do bem e do mal?" - Vergílio Ferreira

É inexplicável esta coisa do Amor. Idealizamos um homem ou uma mulher de forma mais ou menos consciente e, de repente, apaixonamo-nos por alguém que nada tem a ver com essa imagem. Isso baralha-nos completamente e a tendência para fazer asneiras é bem grande; outros há que se apaixonam pela pessoa que mais se assemelha a essa imagem e eis que o desencanto chega, porque afinal não há seres perfeitos; outros há ainda que ao encontrarem seres fantásticos os dispensam porque não correspondem à imagem que plasmaram na sua mente. Tudo isto faz com que cada vez nos sintamos mais sós, incompreendidos, logo, mais vazios. Estes são os clássicos, profundos e difíceis processos de auto sabotagem. 

Às vezes olhar para a relação dos nossos pais ajuda a compreender-nos. 

Voltando ao agora e ao nós; porque não deixamos as relações crescerem simplesmente? As relações evoluem de-va-gar com a convivência, com a confiança que também vai crescendo aos poucos. A confiança conquista-se não é um dado adquirido.

Esta forma de amar vem com a experiência, experiência que o Eremita tem com fartura. Faz-se também tendo momentos de reflexão; tendo momentos em que vai ao passado rever o que se passou, o que poderia ter feito melhor, o que aprendeu desde lá e o que já não faria atualmente. Este exercício não é um ato recriminatório, mas sim, um exame de consciência. 

Assim sendo, provavelmente não será a sua melhor fase social, tendo em conta que o Eremita pede isolamento e introspeção; nem que seja por uns dias, retire-se do mundo e sinta-se, ouça-se, cresça.