Gilmário Vemba abriu o coração, em conversa com Daniel Oliveira, sobre a respetiva infância, marcada pela violência e criminalidade a que assistia, diariamente, no bairro onde vivia, em Luanda, Angola.
O humorista recordou, entretanto, um assalto violento que aconteceu em casa. "Levamos com um assalto de mais de três horas, nós lá dentro reféns. Dispararam contra mim duas vezes, ameaçaram-me. Porque, quando eles entraram, eu estava a jogar um jogo, nunca tinha tido um jogo de consola. Eles bateram à porta, eu ainda estava acordado, e disseram que era a polícia. Atiram pela janela. Quando veêm a minha sombra, eu ponho-me no chão, ponho-me a rastejar até ao quarto, partem o telhado, e ameaçam atirar em todos os quartos, porque queriam que alguém fosse abrir a porta", começou por descrever.
"A minha mãe foi, ela é mesmo uma heroína, e começaram a espancá-la à minha frente. Desde aquele dia, percebemos que não podíamos estar ali", continuou.
Gilmário Vemba disse que ninguém morreu. "Levaram tudo o que os meus pais tinham conseguido, sofá, comida… tudo. Deixaram-nos a casa vazia", lamentou.
Poucos dias depois, a família do comediante decidiu abandonar aquele local. "O meu pai arrendou uma casa, dois dias depois, para sairmos daquela", rematou.