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Cláudio Ramos assume gaff na estreia na TVI: "É natural que aconteça"

Cláudio Ramos apresentou, ao lado de Fátima Lopes e outras caras da estação, a emissão especial "Nunca Desistir: Missão Continente", no Domingo de Páscoa.

Na segunda-feira, dia 13, o apresentador usou o blogue "Eu, Cláudio" para fazer um balanço da estreia. "Voltei à televisão dois meses depois de ter saído. Voltei com a missão solidária da TVI, FPF e Continente sob o mote 'Nunca Desistir'. Ontem, quando cheguei a casa não consegui fazer mais nada. Não consegui responder a todas as pessoas que me enviaram mensagens e comentários, que manifestaram a opinião. Agradeço a todas e cada uma delas. A todas queria dizer que, para mim, fazer televisão, seja em que espaço for, com quem for e sobre que pretexto for, é uma honra", começou por escrever Cláudio Ramos, que aproveitou para salientar o importante papel da 'caixinha mágica' em plena pandemia de Covid-19: "A televisão é uma coisa séria, mesmo que se brinque dentro dela. Tenho na televisão a magia de quem sonha. Mais agora, quando o mundo está virado do avesso e precisamos de calor vindo de dentro."

Depois, o apresentador, de 46 anos, fez um mea culpa acerca dos erros que cometeu ao longo da emissão. "Estive entregue, como sempre estou, com o nervoso da responsabilidade que é inerente à profissão e distraído como sou por natureza e, por isso, ao longo da emissão, disse várias vezes SIC em vez de TVI. Não tombou o carmo nem a trindade por fazê-lo, o meu diretor, que estava à minha frente, entendeu e sorriu cúmplice, assim como os espectadores – Estive 18 anos a dizê-lo e é natural que aconteça – Ontem mais natural ainda, porque a emissão de ontem era uma emissão do País. Não de uma estação apenas, nem de uma região. Era a emissão que saía dos estúdios da TVI para o mundo", frisou o apresentador, antes de prosseguir: "Estamos todos no mesmo barco a remar para que chegue a bom porto, não importa onde estamos. Importa para onde vamos depois disto. Lembro-me quando comecei a trabalhar com a Cristina, várias vezes lhe chamei Júlia e foi uma sorte ontem não ter chamado à Fátima, Cristina. Eu sou por natureza uma pessoa distraída, acho que isso ficou muito evidente nos últimos tempos e, ainda que mudem registos e formatos, a essência de um comunicador de verdade não se esconde e só passa verdade para casa se ele não se esconder. Eu não me escondo. Socorro-me de 'muletas' que me ajudem, mas não me escondo, nem nas distrações nem na responsabilidade."

Ciente da responsabilidade de apresentar uma emissão solidária especial, Cláudio Ramos descreveu o desafio. "Ontem, o foco era passar ao País que uma Missão que começou por ser TVI, Continente e FPF, rapidamente, se tornou numa Missão Nacional com tanta gente a aderir, incluindo caras de outras estações. Quisemos transformar a Páscoa das pessoas mais bonita, solidária e próxima. Quisemos aplicar o verdadeiro sentido de Páscoa, que mais não é que renascimento. É o que queremos, é o que nos vai acontecer a todos. Isso conseguiu-se. Isso é bonito", avaliou o apresentador, que se estreou ao lado de Fátima Lopes.

Cláudio Ramos aproveitou, ainda, para confessar que viveu "um dia de emoções misturadas". "Chorei assim que entrei no carro, de volta a casa. Chorei quando cheguei a casa, porque sou assim, também. Tenho tanto de forte como de frágil. São muitas coisas misturadas numa pessoa em poucos dias. Mas a vida é assim, estamos todos mais frágeis com o que está a acontecer, e percebi quão importante é estar na linha da frente. Percebi, mais ainda que a televisão que se faz hoje não é  televisão que deixei há dois meses. É uma televisão mais vazia de gente, sem o calor do público presente, sem o afeto do toque e apenas com a conversa dos olhos por trás de uma máscara. Isso derrubou-me. Talvez por estar há tanto tempo em casa sem ir a estúdio o choque foi maior, porque parece que, de repente, a pandemia nos roubou também o lado humano por trás das câmaras. Não abracei a Fátima com quem voltei a trabalhar, quinze anos depois, e me recebeu de braços abertos, não abracei a alegria da Fernanda, não agradeci ao Teixeira com um abraço apertado a surpresa boa que tem sido nesta mudança, não abracei a minha Maria, que estaria a estrear-se com igual responsabilidade e precisaria de um abraço como precisei eu, não abracei o Manel nem lhe disse ao ouvido 'finalmente dividimos estúdio'… Falámos todos à distância, sem dizermos nada uns aos outros… Não abracei a equipa, que se foi apresentando aos poucos, atentos, dedicados, com olhos brilhantes e caras tapadas por máscaras que são a defesa. É a prova real do que tantos profissionais de televisão estão a fazer nestes dias para que, em casa de cada um, exista companhia. Esta é a televisão que temos, feita também ela por heróis. Pequenos soldados do audiovisual, que escondidos marcham para que a emissão se cumpra. É emocionante ver. É arrepiante o silêncio e eu, depois de chegar a casa, trocar mensagens com meia dúzia de amigos, tombei."

No final, o apresentador recordou, também, o adiamento da estreia do "Big Brother" e agradeceu a solidariedade dos portugueses durante a emissão especial, que permitiu angariar 258.007€. "A realidade é lixada… Mas é a realidade que temos e é com ela que temos de lidar, é esta realidade que temos de fintar. E vamos fintando. O 'Big Brother' foi adiado por conta da pandemia, eu estava fechado em casa há mais de trinta dias e sai ontem, sob fortes medidas de segurança, para ir a Queluz, pela primeira vez, estrear-me na antena da TVI numa missão nobre. É isto que importa. O Universo sabe o que faz e o resultado total da emissão, com o valor acumulado da generosidade de todos, é o que tem de ficar na memória. É ele que nos dá a sensação de dever cumprido e absoluta gratidão pelos espectadores, que, estejamos nós em que antena estivermos, reconhecem o trabalho e acompanham, opinam, criticam, aplaudem… Na prática são eles que mandam em nós e é para eles que trabalhamos", afirmou, antes de confessar: "Quando cheguei a casa, chorei. Chorei, porque percebi, no terreno, que o mundo nunca mais será o mesmo. Não se iludam. E isso é difícil de engolir."

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