Todas Conseguimos!

  • 20 mai 2019, 12:39

Somos todas mulheres. Somos mães. Somos família. Somos esposas, namoradas, companheiras, somos paixão e romance. Somos diretoras, técnicas, professoras, comerciais, engenheiras, somos profissionais. Mas queremos ser mais. E queremos ser melhores. Dizem-nos que o tempo não estica, mas nós conseguimos sempre fazê-lo esticar um pouco mais. Até mesmo quando parece impossível. E, às vezes, parece mesmo. 

Surpreendemos os que estão à nossa volta com a forma acelerada e descomplicada com que nos desdobramos entre família e carreira. "Como é que consegues?”, perguntam-nos tantas vezes.

Conseguimos tantas vezes à custa de nos colocarmos em alternativa, em segundo plano, num para depois. Fica de lado aquela nossa hora. Fazemos uma pausa que é só de um dia, mas que, por vezes, passa a dois, e depois a semanas, e, às vezes, meses ou, até, anos… 

Olhamo-nos ao espelho e pensamos naqueles momentos para tratar do nosso corpo. Sentirmo-nos inteiras. A alma cheia. Uma gargalhada entre amigas. Um copo no final do treino. Uma hora que seja nossa. Uma hora que seja no ginásio, no pilates, numa simples caminhada em grupo ou a sós, uma corrida leve, uma aula de ténis, de padel ou zumba… o que for. 

Não precisamos ser atletas profissionais, nem medalhadas, nem federadas. Mas queremos ser mais completas. Queremos ser melhores mães, melhores profissionais, melhores nós. Queremos sentir-nos bem. Só isso. 

A canção diz que "o tempo não espera pela gente". Mas o tempo também tem de contar para nós. Conseguir um tempo para nós. Ter um tempo para mim. Para o meu corpo. Para a minha alma.

Somos mulheres, porque não sabemos ser de outra forma, senão sermos assim, sempre por inteiro. 

Não temos superpoderes, mas conseguimos ser heroínas tantas vezes. Com o nosso sacrifício.

A capa, essa, só alguns a conseguem ver, mas ela está lá.

Uma coisa é certa: não há nada que não consigamos e quanto mais realizadas nos sentirmos, melhores seremos. Esta hora para suar, para correr, para dançar, para doer, para gritar, para sofrer por prazer, para divertir, para queimar, para libertar, para correr, para parar, para vestir o equipamento e sermos uma outra parte de nós - esta hora tem de existir. Tem de ser nossa. 

“Como é que consegues?”

Respondemos com um sorriso. Que, afinal, diz tudo.

Olha para nós. 

Olha para todas as mulheres. 

Todas conseguimos.​