Entrevistas

Surfista Frederico Morais fala sobre momento especial vivido com Marcelo Rebelo de Sousa

A SELFIE esteve à conversa com o surfista português Frederico Morais, no último dia do MEO Rip Curl Pro Portugal 2023.

O que representa para si participar, em Portugal, num evento como este, que faz parte do circuito de elite da Liga Mundial de Surf (WSL - World Surf League)?
Representa muito. É uma ótima oportunidade para nós e mesmo para a geração mais nova, para vir surfar e estar perto dos ídolos e dos ícones do surf internacional. Dá muito alento aos mais novos, para continuarem a sonhar e querer fazer disto carreira. Mostra, também, que há oportunidades em Portugal.

Foi eliminado desta prova pelo veterano Kelly Slater, considerado, por muitos, como o melhor surfista de sempre. A tristeza é substituída pelo privilégio de ter participado neste duelo?
O nosso objetivo é sempre o de ganhar, é para isso que acordamos e trabalhamos todos os dias. Às vezes, corre como planeado, outras vezes, não temos tanta sorte. O Kelly tem 51 anos, mas é o maior ícone do surf mundial. É quase como perguntar a um jovem que entrou agora na NFL se perder para o Tom Brady é mau. O Kelly é uma lenda e depois continua a ser muito competitivo. Mais do que o sentimento de derrota, é um orgulho poder competir ao lado dele. Em 2013, venci-o, aqui, e, agora, ganhou-me ele a mim. São memórias que vão ficar, são dias especiais. O que guardo não é uma derrota deste campeonato, mas, sim, o apoio que o público mostrou, a gritar, a vir à praia.

Kelly Slater revelou, em algumas entrevistas, que esta foi, possivelmente, a última participação dele em solo português. Como encara esta "despedida"?
Todos os atletas acabam por se aposentar um dia, infelizmente. Uma pessoa não consegue ficar com o mesmo físico e com a mesma forma. Certamente, ele tem outros objetivos e outros caminhos. No entanto, ele já disse várias vezes que talvez se fosse retirar, mas depois faz o tour por completo. Por isso, quem sabe se para o ano não está cá outra vez. No ano passado, ganhou a etapa do Hawai. Quando uma pessoa acha que ele já não dá mais, ele chega e prova-nos o contrário.

Com que idade é que um atleta costuma retirar-se do surf?
Hoje em dia, não dá para estipular bem. Acho que se uma pessoa se tratar e dar os passos certos, consegue ter uma carreira longínqua. Se calhar, não até aos 51 anos [risos].

Recebeu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no areal da Praia de Supertubos, no último dia do MEO Rip Curl Pro Portugal 2023. Como foi esse momento?
É sempre especial, já o tinha conhecido. Termos o Presidente aqui mostra que o surf está a fazer um bom trabalho e que a organização também. Espero que assim continue.

Quais são as suas próximas competições?
As próximas competições são em maio, na Austrália. Os Challenger Series possibilitam o apuramento para a Liga Mundial. É o meu foco. Já estive cinco anos no circuito mundial e quero voltar, onde sinto que pertenço, que é aqui.

Qual a sua visão do desporto português?
O desporto português, no geral, é brilhante. Ainda há pouco tempo o António Félix da Costa ganhou uma competição de Formula E, na África do Sul. O Pedro Pichardo também acabou de trazer mais uma medalha para o nosso País. A Yolanda Sequeira chegou aos quartos-de-final, aqui, em Peniche. Acho que o desporto português está de parabéns e demonstra que todo o apoio que tem é merecido e merece cada vez mais.

Veja, agora, o vídeo que resume o último dia do MEO Rip Curl Pro Portugal 2023.

 

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