Entrevistas

Flaviana Borges, finalista de "All Together Now", fala sobre a carreira e revela sonho

A SELFIE esteve à conversa com a cantora Flaviana Borges, que já lançou dois singles.

Flaviana Borges já participou em alguns concursos televisivos e chegou à final de "All Together Now", da TVI. A jovem artista, que já lançou dois singles e ambiciona esgotar a Altice Arena, num concerto em nome próprio, esteve à conversa, em exclusivo, com a SELFIE.

Começou a cantar com que idade?
Não sei muito bem com que idade é que comecei a cantar. Acho que comecei a cantar no útero da minha mãe [risos]. Sempre fui muito de palrear e de "falar pelos cotovelos"... sempre fui muito expressiva! Tenho fotografias em que surjo, com cerca de quatro anos, com o microfone, a cantar. Já um bocadinho mais velha, com dez, 11 anos, lembro-me de cantar para as paredes do meu quarto, a imaginar que era uma plateia gigante... um estádio! Tenho este sonho há mesmo muito tempo. Por exemplo, no quarto ano, cantei o salmo na igreja e fui eu que me propus para cantar.

Já participou em vários concursos. Falemos do "All Together Now", por ser o mais recente.
Tinha cerca de 14 anos, quando concorri ao meu primeiro concurso televisivo. Concorri a vários e muitos deles nem se sabe, porque não apareci na televisão, uma vez que não passei para as fases seguintes. Falando no "All Together Now" [da TVI], cheguei à final, e, já no "The Voice" [da RTP1], no qual também concorri (fiquei pelas "Batalhas"), dizia que gostaria de chegar a uma final. Concorri ao "All Together Now" a pensar que não iria dar em nada. Para ser sincera, já estava um bocado cansada de participar em tantos programas. Às tantas, colocava a hipótese de isto não ser para mim. Cheguei à final e não estava mesmo nada à espera, confesso. Fiquei mesmo muito comovida por essa concretização. Era uma coisa que queria tanto... era um objetivo! Depois de tanta tentativa, pensei que não seria capaz de olhar para 100 jurados, alguns dos quais tratavam-se de pessoas da área da música que eu já admirava. O meu foco, naquele momento, era só o de não cantar mal e de não desafinar. Estava com o foco mais do momento do que, propriamente, o do objetivo final. Queria ganhar, obviamente, mas o meu foco era, genuinamente, o de não ter um momento, que iria parar à televisão e à Internet, no qual eu estivesse a cantar mal.

Quais as melhores recordações desse tempo?
As melhores recordações prendem-se às alturas em que se está à espera para ser a nossa vez. São estas, verdadeiramente. Dou um exemplo, na fila do programa "Ídolos", da SIC, eram filas intermináveis e passávamos horas e horas a cantar todos. Isso era uma maneira de passarmos o tempo e acabávamos por conhecer novas pessoas. Ainda hoje sou amiga de algumas pessoas dessa altura. Encontramo-nos várias vezes, inclusivamente. No "All Together Now", foi igual. Quando nos estávamos a maquilhar e a arranjar, conversávamos muito, contávamos anedotas. Era muito engraçado.

No entanto, houve um momento em que temeu o pior.
Sim! No "All Togehter Now", tive um grande ataque de ansiedade. Nunca tinha tido na minha vida e nunca mais tive. Não conseguia parar de chorar e sempre que me lembro disso comovo-me. O programa, como se sabe, foi gravado na altura da pandemia da COVID-19 e a senhora mediu-me a febre. Estava com a cara deslavada, de tanto chorar! Sentia-me a arder, por esse motivo. Mas, atenção, tinha feito o teste, no dia anterior, e o resultado tinha dado negativo. A certa altura, ela disse-me que não me poderia deixar entrar para a audição, por serem as regras do programa, apesar de saber que eu estava assim por não parar de chorar. "Queres ver que cheguei aqui, não consigo parar de chorar e não vou fazer o casting?", pensei, naquele momento. Tive de ir lá para fora, porque tinha de baixar a temperatura, acalmar-me. Sentia-me a arder e isso deixou-me ainda mais nervosa. Liguei ao meu marido, que na altura era, ainda, meu namorado, e só queria chorar mais. Cerca de meia hora depois, respirei fundo, não chorei, pensei em outras coisas e lá consegui entrar. Fiz o casting e correu muito bem. Este episódio não deixou de ser importante, na verdade, porque me ajudou a crescer. Mas, na altura, foi uma sensação horrível.

O programa foi gravado na Altice Arena. Sonha atuar lá, em nome próprio, um dia?
Obviamente! É o meu grande sonho! Sei que vou lá chegar. Tenho que acreditar que vou lá chegar! Nesta fase, ainda é uma ilusão para mim... não consigo agora, mas, se continuar empenhada e se continuar a investir, acho que tenho muito espaço para lá chegar!

Por falar em sonhos, quais são aqueles que, artisticamente falando, deseja concretizar?
O de pisar vários palcos pelo País, definitivamente. Pretendo conseguir lançar mais singles e que os mesmos passem na rádio. Quero trabalhar muitos dias seguidos em estúdio e quero muito ajudar outros artistas e que os outros me ajudem, também. Ambiciono que as mensagens das minhas músicas passem para as pessoas. Na verdade, senti muito mais isso na segunda música que lancei. Chama-se "Conversa" e muitas pessoas disseram-me que se identificaram com a letra. Pretendi normalizar aquilo que, a meu ver, é uma relação perfeita. "Às vezes, quero que te cales. Outras vezes, que fales por horas", é um excerto da canção. É exatamente isso que eu (e muitas pessoas pensam). Recebi mesmo muitas mensagens.

Falemos, então, dos seus dois singles.
O meu single "Conversa" veio, como acabei de referir, desmistificar aquilo que é uma relação. Para mim, uma relação perfeita é aquilo que a música descreve. É uma relação que tem altos e baixos, mas que é assim. Ainda bem que não estamos todos de acordo, constantemente, porque seria muito mau. Por sua vez, o meu primeiro single, "Primeira Vez", transmite a mensagem de que uma relação não tem momentos maus, nem problemas.

Vão sair mais músicas, entretanto?
Sim! Estou a trabalhar num EP, ou seja, virão mais músicas. Pretendo, também, fazer letras com mensagens diferentes. Posso também dizer que sairão mais singles, antes, até, do EP.

O seu marido, que é músico, dá-lhe muitos conselhos? Sente que isso também a ajuda, diariamente, a atingir os seus objetivos, enquanto cantora?
Ter um marido na área da música é muito bom... mas também é muito mau [risos]! A música, na verdade, é aquilo que mais nos une. Conhecemo-nos através e por causa da música, num estúdio, porque eu canto e ele toca. Vou fazendo letras e ele pega na guitarra ou no piano e faz os acordes e acompanha-me. Nessa parte, é incrível, porque, num estalar de dedos, tenho alguém que me acompanha e me ajuda a produzir. Mas, se eu disser que a música é o motivo pelo qual mais discutimos, é uma verdade. Temos opiniões, muitas vezes, diferentes. Canto de uma maneira e ele pergunta-me por que é que estou a cantar daquela maneira, por exemplo. Mas, pronto, é o motivo que mais nos une! Foi, inclusivamente, o tema do nosso casamento. Criámos uma espécie de concerto das nossas vidas no nosso casamento. Tirando isto, é a pessoa que me dá mais conselhos e em quem eu mais confio. O meu marido é a pessoa que mais quer que eu consiga triunfar nesta área. Ele luta tanto para que eu consiga... ajuda-me tanto! Apesar de discutirmos [risos]. É o que a música "Conversa" descreve. Apesar de discutirmos, ele vai continuar sempre lá.

Estamos a chegar ao verão, altura em que há mais concertos. Como está a sua agenda?
Estamos a ter algumas reuniões e a fechar alguns concertos. O melhor é mesmo seguirem-me pelo meu Instagram. Publico tudo, tudo, tudo, lá.

Agora que prepara a apresentação do seu sonho ao vivo, como se apresenta em palco? Com que banda?
Neste momento, tenho trabalhado muito com o formato de banda. Para já, os meus concertos são todos com a banda inteira e tenho adorado. A minha banda é formada por piano (Ana Moreira), guitarra (Filipe Mateus), baixo (André Ginho Silva) e bateria (Luís Inácio). Os meus músicos são todos muitos bons! Por exemplo, o meu baterista, conheci-o na escola onde estudei e ficámos amigos. Depois fui buscá-lo, antes, até, de lançar os meus originais. O meu baixista era conhecido do meu marido, já tinha participado em alguns projetos com ele. Entretanto, o meu guitarrista e a minha pianista vieram mais recentemente. Andava à procura, até porque o meu pianista era o meu marido, mas como ele é o pianista do Fernando Daniel, não dava para conciliar concertos e coisas do género.

Qual o conceito do seu concerto?
Apesar de, ainda, não ter um conceito, porque estou a trabalhar no meu EP, trata-se de um espetáculo com muita energia, repleto de músicas conhecidas.

Como materializa o trabalho de estúdio em algo ao vivo?
As minhas músicas têm versões muito diferentes das versões originais. Ao longo dos ensaios, eu e a minha banda vamos percebendo o que funciona, ou não, ao vivo. É um verdadeiro trabalho de equipa. É muito interessante.

Veja, agora, algumas das melhores imagens da cantora Flaviana Borges, na galeria de fotografias que preparámos para si! Espreite, ainda, o videoclipe do mais recente tema da cantora, "Conversa".


 

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