Foi com uma fotografia de quando era criança que o artista, mostrando-se melancólico, ilustrou um desabafo comovente, publicado nas redes sociais.
"Desde que me lembro de abrir os olhos que guardo memórias dos fantasmas que vi. Que me lembro de fugir de tudo e de me encontrar no nada. Que me lembro de me sentir diferente e só querer ser igual. Que me lembro de não entender as pessoas mas ser ávido que gostassem de mim", começou por escrever.
"A primeira vez que o senti foi quando cantei para elas, na festa de Natal da escola primária de Abraveses, com 6 anos. Nunca me vou esquecer da sensação de sentir que finalmente perceberam que eu existia, que me viam como eu era e que claramente me subestimaram. Eu nunca me subestimei. Gosto tanto de viver porque de mim espero absolutamente tudo. Sempre me senti capaz de solucionar os problemas e não fugir deles mesmo quando me assustam", continuou.
"Neste caminho, aprendi a perdoar, a tolerar os outros, a ter compaixão pelas suas lacunas e acima de tudo a nunca lhes querer mal. Conheci a Alanis Morissette com 10 anos. Vivi o meu primeiro número 1 aos 14. Editei o meu primeiro livro aos 19. Tenho saudades deste puto. Da fé e da força que ele tinha sem saber e da sua inesgotável sensação de que podia e ia mudar o mundo. A vida axandra-nos. Conforma-nos. Pacífica-nos. Reduz-nos. Posto isto, o que vos imploro é que nunca deixem morrer a criança que há cá dentro. A que mantém a expectativa e sobrevive à realidade. Lembrem-se do quanto ela quis ser feliz e lembrem-se que o tempo voa. Feliz dia da Criança", concluiu.
Os fãs não se mostraram indiferentes às palavras de Zé Manel, nem da imagem de uma criança: "Tão querido, as mesmas feições".
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