Passa o Natal sempre na ilha da Madeira, de onde é natural. Costuma comprar os bilhetes de avião de ano para ano?
Não, mas é obrigatório ir para lá (risos)! Vou no dia 24.
Que recordações guarda com mais carinho?
Todas e todas em família. Muita gente à mesa, chegamos a ser à volta de 20, com muitas crianças, sempre. É a festa da família. Das coisas mais engraçadas que me lembro era quando eu e dois dos meus irmãos saltávamos para cima do roupeiro, porque era lá que a minha mãe guardava os presentes. Ela começava a comprar os presentes com muita antecedência e escondia-os lá bem para cima (risos). Quando chegava o dia, nós já sabíamos o que eram os presentes que íamos receber. Mas fingíamos que não sabíamos e ficávamos todos contentes. Outra recordação: quando eu era criança e adolescente, havia sempre um Pai Natal. Um membro da família vestia-se a rigor. Era muito divertido.
Qual é a ementa tradicional na Madeira, nesta quadra?
É completamente diferente da de cá. Não há bacalhau com batatas e couves. Não faz parte da tradição. Temos uma receita especial de peru recheado e a outra é de carne de vinha d'alhos. E depois há sempre pratos de bacalhau e polvo, mas feitos de forma diferente. Costumamos, ainda, ter um outro prato de peixe.
E os doces?
Não se come bolo-rei nesta altura, só no Dia de Reis, a 6 de janeiro. Portanto, é o Bolo de Mel da Madeira, com mel-de-cana, e muitos doces que são completamente diferentes. Muitos pudins e outros bolos.
Nesta altura, dá "folga" à dieta?
Sim! No Natal, nem quero saber (risos). É muito de tudo. Quer dizer, não sou muito de tudo... mas, por exemplo, não como carne de porco durante o ano e naquele dia como sempre a carne de vinha d'alhos. Não é Natal sem esse prato.