Zulmira Garrido casou cedo, aos 18 anos, para conquistar uma liberdade que não sentia em casa. Foi a forma que encontrou para ganhar autonomia e abrir caminho à vida que desejava construir longe da rigidez com que cresceu.
"Para ter uma liberdade que não tinha em casa, casei-me muito nova e tive o meu filho aos 20 anos. Quando fiquei grávida, sabia perfeitamente que o meu casamento não ia durar, tinha essa noção", começou por assumir.
Ainda assim, a maternidade era um desejo firme e inadiável: "Mesmo sabendo que o meu futuro não passava com toda a certeza pelo meu marido, quis muito ter aquele filho. O Eduardo foi a luz dos meus olhos, era tudo o que eu tinha."
Foi uma decisão consciente, mas envolta na mentalidade de um tempo que hoje Zulmira Garrido reconhece como distante: "Avancei com a gravidez, mesmo achando que, provavelmente, se tivesse aquele filho, nunca mais iria voltar a casar, porque era um bocadinho essa a mentalidade há quase 50 anos. Felizmente, os tempos mudaram."
Determinada, seguiu o seu percurso com independência: estudou, trabalhou e construiu uma carreira. No campo afetivo, depois do divórcio, viveu dois relacionamentos. Um deles, marcante — pela dor que deixou.
"Estudei, comecei a trabalhar, fiz o meu percurso a trabalhar como consultora de investimento. Tive dois namorados. Com um deles foi uma relação muito tóxica, quase doentia, sofri um bocadinho, mas gostava dele perdidamente e achava que tudo o que se passava na nossa vida era por amor", lamentou.
Foi a mãe de Zulmira Garrido quem a ajudou a terminar o namoro e a seguir em frente: "Felizmente, a minha mãe foi quem me ajudou a sair dessa situação, foi assim o pilar para acabar com essa minha relação."
