Entrevistas

Syro fala sobre "período negro": "Escrevi uma carta a mim"

No dia em que lançou o álbum "11.11", Syro explicou como foi o processo de criação do mais recente trabalho.

O nome do álbum "11.11", que será oficialmente lançado a 11 de novembro, surgiu num altura particular da vida de Diogo Lopes, conhecido com Syro. "Estava a passar por um período mais negro da minha vida, que coincidiu exatamente com a época na qual comecei a escrever canções para o novo disco, e, nessa altura, aconteceu algo... Não me considero uma pessoa espiritual, até sou cético a todos os níveis, mas, nessa altura, precisei de uma confirmação, de qualquer coisa. E naquele momento, olhei para o relógio e eram 11:11 horas. Isso vale o que vale, mas ficou gravado em mim, ganhou a sua relevância e deu origem à primeira canção do disco - a canção introdutória deste álbum. Escrevi uma carta a mim, uma carta aos outros. Para mim, fez todo o sentido, por esse simbolismo, dar esse título à obra", explicou o músico para quem "11.11" tem um significado especial ao ponto de o ter gravado na pele: "Está aqui [a tatuagem], nas mãos."

Já sobre o "período negro", Syro, que vive atualmente uma relação feliz ao lado da atriz Mariana Pacheco, explica que "não tem de haver propriamente um motivo" para alguém se sentir assim. "Sinto que a cabeça das pessoas, por norma, não tem de ser afetada por eventos singulares e únicos. Gosto de olhar para isto como um copo que vai enchendo e basta uma gota a mais para começar a transbordar. Pode acontecer a qualquer pessoa, porque ninguém está livre de sofrer de um problema de saúde mental", assume o cantor.

"Ninguém está livre de sofrer de coisas menos boas e todo este disco passa muito essa ideia. É autobiográfico, é muito pessoal, é íntimo e percebe-se o que passei e por que levei ano e meio a escrevê-lo. Todas as canções falam de um qualquer episódio que aconteceu durante este ano e meio, destas vivências, do que foi ser o Diogo e o Syro durante um ano e meio", acrescenta, assumindo que deixar para trás a fase negra "será para sempre uma luta diária". "Toda a gente tem os seus obstáculos a ultrapassar numa base diária. Alguns deles já estão para trás, mais virão, outros resolvem-se", considera Syro, para quem escrever o novo álbum foi uma forma "de forma de exorcizar alguns demónios": Tenho muita sorte de poder fazer o que faço e as pessoas gostarem do que faço, e de poder exprimir muitas das minhas maleitas e emoções através de canções."

No álbum "11.11", Syro conta com várias participações especiais, mas aquela que marcou o início do trabalho foi o dueto "Dor de Amar" com Mariana Pacheco. O disco conta, ainda, com as participações de Murta, L-ALI e Bispo.

Em breve, o artista conta começar a digressão. "Para já, estão previstos dois grandes concertos de apresentação do álbum, com data e local a divulgar em breve. Vão ser dois espetáculos únicos!", assegura o cantor.

Veja, abaixo, os videoclipes dos novos temas do álbum "11.11".

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