No espaço de análise criminal da edição da passada sexta-feira, dia 2, do programa "Dois às 10", foi comentado o caso de um recém-nascido que foi encontrado morto no lixo. Sem esconder a emoção, Suzana Garcia falou sobre as "muitas mulheres que não têm o privilégio de poder sentir a maternidade, que têm de pagar o preço de uma casa para conseguir chegar à maternidade". "Isto é absolutamente inqualificável", acusou.
A advogada ainda recordou a própria luta para ser mãe: "Três anos de muitas batalhas. Três anos, três gestações, múltiplas, outras que não seguiram à frente. E há mulheres que têm que pagar 80 mil, 60 mil euros, ninguém consegue chegar a este processo sem ter pagado 50 mil euros."
Cláudio Ramos quis ainda saber se Suzana Garcia alguma vez pensou em desistir do sonho de ser mãe: "Não é uma questão de acharmos que podemos desistir ou não. É uma questão física, há um limite para lá do qual o corpo pode aguentar, mas se já não há produção de óvulos, acabou. Teria de recorrer a outra coisa: a adoção."
De lágrimas nos olhos, a comentadora mostrou-se sensibilizada com este caso: "É chocante vermos crianças que estão entregues nas instituições à espera de alguém que lhes queira dar afeto, que nos permita visitar estas crianças, podermos estabelecer vínculos com as mesmas e ficarem lá anos até o projeto ser concedido. Este caso [do bebé] choca-me, como choca-me todas as outras mulheres com as quais me solidarizo, porque tive o privilégio de conseguir chegar lá, mas há outras que não."
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