É o caso que está a chocar o País nos últimos dias: Susana Gravato foi assassinada no início da tarde da passada terça-feira, na respetiva moradia, na Gafanha da Boa Hora. O filho, de 14 anos, terá confessado o homicídio.
Na rubrica "Crónica Criminal", do programa "Dois às 10", foram debatidos detalhes sobre o caso e foram reveladas as medidas punitivas aplicadas ao jovem adolescente. "Está num centro educativo, que tem regras e ele está a cumprir essas regras e os técnicos estão preparados para falar com ele [sobre a natureza das acusações]", explicou a psicóloga Vera de Melo.
"Mas o pai pode visitá-lo?", interrogou Cristina Ferreira. "Não, pelo que foi transmitido, ele está em regime fechado. Ele não pode sair, nem pode ter contacto com ninguém, o que é natural", esclareceu a psicóloga, acrescentando: "Faz parte, numa fase inicial, até para garantir que ele se adapta à realidade. Nós não sabemos é como é que ele está: está em choque, está alienado, sabe aquilo que aconteceu?".
O consultor forense Albino Gomes acrescentou acerca do filho de Susana Gravato: "Ele agora tem uma semana, que é a ambientação ao centro educativo, onde também vai ter uma área restrita e só vai sair a determinadas horas. Dorme e está vestido com roupa da instituição, até para prevenir a possibilidade de risco de suicídio."
Cristina Ferreira quis então saber se o adolescente tem contacto com outros jovens internados no mesmo instituto. Albino Gomes esclareceu: "Agora, neste momento, não! Depois de uma semana, terá contacto com alguns elementos que fica restrito a determinadas áreas e ele pode circular nessas áreas."
"O ambiente é fechado e há um certo condicionamento das notícias até porque pode aumentar o risco de suicídio", referiu ainda o consultor forense, alertando para o facto de haver detalhes que estão a ser discutidos e que é necessário apurar "a veracidade dos mesmos": "Ele vai estar três meses dentro daquele sistema de abrigo e, depois, é reavaliado."
Albino Gomes fez ainda questão de afirmar: "Quando falamos agora deste caso é porque é muito mediático e porque houve uma consumação do homicídio, mas não sei se têm noção de que existem jovens internados em pedopsiquiatria que tentaram matar os seus pais e alguns com histórias desde os 12 anos que os pais andam a fugir deles, porque os filhos os tentam matar. (...) É mais frequente do que aquilo que possamos imaginar agressões de filhos para com os pais, mas mesmo tentativas de homicídio."
"Há indivíduos inimputáveis hoje a cumprir medidas de segurança que a sua história começa na adolescência a agredirem pais, mães, avós, irmãos... mas agredirem com tentativa de homicídio", rematou o consultor forense.
Veja, agora, o vídeo da "Crónica Criminal" desta segunda-feira, dia 27.
