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Em tribunal, Cristina Branco quebra o silêncio sobre acidente de Sara Carreira

A cantora Cristina Branco relatou ao Juiz de Instrução Criminal de Santarém as circunstâncias em que ocorreu o acidente na A1 que vitimou a cantora Sara Carreira.

com Lusa
Cristina Branco (Foto: Paul Bergen/Getty Images)
Cristina Branco (Foto: Paul Bergen/Getty Images)

Cristina Branco foi a única dos quatro arguidos envolvidos no acidente, que ocorreu ao final da tarde do dia 5 de dezembro de 2020, na A1, junto a Santarém, que quis prestar declarações no início da instrução do processo, segundo noticia a "Agência Lusa".

A fadista, que é acusada pelo Ministério Público, juntamente com o ator Ivo Lucas (então namorado de Sara Carreira), de homicídio negligente, relatou como embateu no veículo de Paulo Neves, que circulava a cerca de 30 quilómetros/hora (abaixo do mínimo permitido por lei). A viatura de Cristina Branco ficado, depois, virada em sentido contrário, na faixa central.

Cristina Branco descreveu, ainda, as circunstâncias em que saiu do carro, levando a filha, então com 11 anos, para o separador central. A fadista afirmou, em tribunal, que julgava que se deslocava para a berma da estrada.

Cristina Branco quis, assim, demonstrar que tomou as medidas que lhe foram possíveis para sinalizar devidamente a viatura, justificando com o "instinto de proteção" da filha, e a confusão em que se encontrava, o facto de não ter colocado o triângulo.

Nas alegações, o procurador do Ministério Público admitiu que, nas circunstâncias em que se encontrava Cristina Branco, não era exigível que colocasse o triângulo. Porém, o procurador invocou o facto de a cantora, mesmo conduzindo dentro da velocidade permitida por lei, não ter sido capaz de imobilizar ou desviar a viatura, evitando o embate no veículo que seguia a velocidade reduzida.

Recorde-se que, segundo a descrição, o acidente ocorreu ao final da tarde do dia 5 de dezembro de 2020, já "noite escura" e com períodos de chuva fraca. A viatura de Cristina Branco embateu, cerca das 18:30 horas, no veículo de Paulo Neves, o qual circulava na faixa da direita a entre 28,04 e 32,28 quilómetros/hora, velocidade inferior à mínima permitida por lei (50 Km/h). É, ainda, referido que o condutor tinha ingerido bebidas alcoólicas  e que apresentava uma taxa de alcoolemia de 1,18g/l, quatro horas depois do acidente.

A viatura de Cristina Branco embateu, de seguida, na guarda lateral direita, rodando e imobilizando-se na faixa central da A1. Apesar de ter ligado as luzes indicadoras de perigo, a fadista, que abandonou a viatura, é acusada de não ter feito a pré-sinalização de perigo.

O relato do acidente constante da acusação refere que, cerca das 18:49 horas, Ivo Lucas circulava pela faixa central a entre 131,18 e 139,01 Km/h, velocidade superior à máxima permitida por lei (120 Km/h), não tendo conseguido desviar-se do carro da fadista, no qual embateu com o lado esquerdo. O carro seguiu, depois, desgovernado para o separador central e capotou, por várias vezes, até se imobilizar na faixa da esquerda, quase na perpendicular, com parte a ocupar a faixa central.

Pelas 18:51 horas, Tiago Pacheco seguia pela via central a entre 146,35 e 155,08 Km/h, referindo-se na acusação que não reduziu a velocidade, mesmo apercebendo-se que passava pelo local do acidente. Tiago Pacheco não conseguiu desviar-se da viatura de Ivo Lucas, na qual ainda se encontra o ator e Sara Carreira.

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