"A Margarida Pinheiro tem nove anos e ainda não consegue andar", começou por escrever Pedro Chagas Freitas, na legenda de uma fotografia da menina.
"Foi diagnosticada à nascença com Leucomalácia Periventricular, duas palavras compridas, mas que carregam mais dor do que sílabas. A doença afetou-lhe toda a parte motora. Enquanto os seus amigos caem e levantam-se, ela luta para dar o primeiro passo. Há uma beleza bruta, uma coragem absurda, em quem tenta aquilo que os outros fazem sem pensar duas vezes. A Margarida passa os dias em terapias, em tratamentos intensivos de reabilitação: fisioterapia diária, terapia ocupacional, psicomotricidade, hidroterapia, hipoterapia. Fez duas cirurgias: uma em Coimbra, outra em Lisboa. A medicina tenta. Ela tenta mais ainda", explicou o escritor, na página de Instagram.
"O pai escreveu um livro infantil em edição de autor para conseguir receitas. Os sonhos custam dinheiro. Que estupidez é um sonho destes precisar de financiamento. As terapias, os tratamentos, a procura constante por soluções fora de Portugal, tem um preço. Que infância é esta que tem de ser também uma luta contra as faturas?", questionou Pedro Chagas Freitas, antes de fazer um apelo: "Se puderem, vão à página que está na imagem. Comprem o livro. Comprem muito. Há vidas que nos obrigam a olhar de frente para o que evitamos. Acho que não conheço injustiça maior do que uma criança a lutar para andar. Quem ajudar a Margarida está a dar amor, carinho, humanidade; também está a receber uma lição simples, insuportavelmente verdadeira: o mais forte não é o que chega a algum lado; pode muito bem ser quem continua a tentar chegar. Continua, Margarida. Continua."
Veja, agora, a publicação realizada por Pedro Chagas Freitas.
