Pedro Chagas Freitas lançou, recentemente, o livro "O Hospital de Alfaces". Nas redes sociais, o escritor partilhou um excerto da obra, no qual faz uma emotiva reflexão.
"Chora. Chora o que te vier à cabeça, ao peito, ao estômago. Chora como se o mundo inteiro dependesse disso - talvez dependa. Chora sem pedir desculpa, sem esconder a cara", começou por escrever o escritor.
"A tua dor não é um espetáculo que precise de aplausos. A tua dor não é um lixo que os outros podem reciclar. A tua dor é tua. Tua. Se alguém tentar diminuí-la, oferece-lhes o teu silêncio. O silêncio, às vezes, grita mais do que um murro", continuou Pedro Chagas Freitas.
"Não te apresses. Ninguém tem autoridade para dizer quando o teu luto acaba. O mundo tem pressa em fazer desaparecer a dor. Que se lixem os cronómetros emocionais dos outros. Chora o tempo que for preciso", aconselhou o escritor.
"Depois levanta-te, devagar, com a cara inchada, mas sem vergonha. O mundo é uma máquina de triturar gente. Tu ainda estás aqui. Inteiro o suficiente para sentir", rematou Pedro Chagas Freitas.
