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Pedro Chagas Freitas faz apelo desesperado: "O corpo decidiu apagar-se"

A propósito de uma situação dramática, Pedro Chagas Freitas usou as redes sociais para fazer um apelo aos seguidores.

"Chama-se Guilherme. É uma dessas crianças que nasceram normais - seja lá o que isso for -, até que um dia qualquer, desses dias comuns que nos dão cabo da vida, o corpo decidiu apagar-se", começou por descrever Pedro Chagas Freitas, a propósito de um problema de saúde que afetou a vida da criança e sobre o qual fez um apelo aos seguidores no Instagram.

"Começou pelo mal-estar, depois o hospital. Mandaram-no para casa. No regresso, o diagnóstico: septicemia meningocócica. Um nome sonante para uma infeção que come o corpo por dentro. Em poucas horas, os órgãos deixaram de funcionar - todos, ou quase. Os médicos chamaram os pais às cinco da manhã para se despedirem. Diziam que o coração ia parar. Guilherme não estava de acordo. Não parou. Ficou intubado. Diálise. Neuromiopatia. Amputações. Lesões cerebrais. Um daqueles casos que os livros de Medicina gostam de descrever como 'complexos', e os jornalistas como 'milagres'. Mas não há milagre aqui. Só luta, carne, máquina, sobrevivência. Um menino de três anos que passou mais tempo ligado a tubos do que a brinquedos. A brincar com a morte, mas a brincar", explicou o escritor.

"Agora precisa de tudo: reabilitação, fisioterapia, nutrição clínica, estimulação cognitiva. Precisa de tempo, de dinheiro, de atenção. O sistema diz que não tem nada disso. Serão os outros a pagar. Nós. Tu, que lês isto. Eu, que escrevo. Se ainda acreditamos que a humanidade é mais do que um conceito abstrato, temos de seguir a página dele (@oguirreiro) e ajudar como pudermos. O Guilherme fez a parte dele. Pagou o bilhete com sangue e dedos e rins. É a nossa vez de não falhar. Contra todas as probabilidades, ele ficou. Não conheço melhor definição de coragem do que essa", rematou Pedro Chagas Freitas.

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