Como vem sendo hábito, Pedro Chagas Freitas usou as redes sociais para partilhar mais um excerto da obra A Raridade das Coisas Banais, desta vez com o título "Carta ao grande idiota que às vezes eu sou."
"Meu grande paspalho", começa a missiva, prosseguindo: "Vejo-te no trânsito, a explodir porque alguém demorou meio segundo a arrancar no semáforo. Vejo-te a rosnar quando as coisas correm mal - como se o universo estivesse pessoalmente empenhado em arruinar o teu dia. Vejo-te quando estás cansado, a descarregar nos outros, a usar a exaustão como desculpa para seres uma besta. Vejo-te quando estás triste - e, em vez de assumires a tristeza, atiras patadas ao mundo. É mais fácil ser bruto do que vulnerável."
"És um idiota, sim. Parabéns. Mas também és um idiota humano", continua o escritor, antes de sugerir: "Tens duas coisas a fazer. A primeira é seres melhor. Não porque isso te faça uma pessoa iluminada, mas porque o mundo já está cheio de gente insuportável. Não precisas de te juntar ao clube. A segunda é perdoar-te. Não com essa desculpa preguiçosa de 'eu sou assim', mas porque ninguém acerta sempre. Vais continuar a falhar."
"A vida não é um teste de desempenho; é uma sucessão de tentativas. Mesmo quando falhas, podes ser alguém de quem não tenhas vergonha", remata Pedro Chagas Freitas.