"Hoje [quinta-feira, dia 5], nova visita ao bloco, que m****", começou por escrever Pedro Chagas Freitas, numa publicação realizada no Instagram, sobre o estado de saúde do filho, Benjamim, de seis anos, que foi submetido, recentemente, a um transplante de fígado, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
"Vai correr tudo bem, só pode, mas custa muito a descida constante ao fundo do medo. Estamos em cacos, mas nada nos destrói. Quando vivemos uma situação assim, somos feitos de um material que se parte todo, e que nem assim fica destruído. Nem sequer é um esforço. É natural. Dói de forma insuportável, e nós suportamos; cansa de forma insuportável, e nós suportamos. Mais do que ser suportável, é adorável, espantoso, uma ponte constante entre a lágrima e o riso. Nessa ponte, nós amamos mais ainda, somos felizes mais ainda", confessou o escritor, que na caixa de comentários recebeu muitas mensagens de apoio, tanto de seguidores como de figuras públicas.
"Quando há uma esperança, somos inteiros dela, entregamo-nos a ela, somos completamente dela. Viver é ser da esperança. Somos restos do que já fomos, e nunca fomos tão grandes assim. O amor traz uma força que não vem nos livros de física, uma equação que chega antes da matemática", continuou Pedro Chagas Freitas, antes de assumir: "Estamos de rastos, nem sabemos como ainda conseguimos juntar um passo ao outro, arrastamo-nos pelos corredores do hospital, mas basta o Benjamim precisar da nossa força para corrermos que nem desvairados, para procurarmos o que ele procura para se sentir melhor. Somos zombies cheios de luz, fantasmas que saem do sol, não da escuridão. Pode parecer um sacrifício, mas só para quem não ama. Para quem ama, é só isso. Amor."
Veja, agora, a publicação do escritor.