Daniel Oliveira esteve à conversa com Pedro Abrunhosa no programa "Alta Definição" que foi para o ar no passado sábado, dia 11, na SIC.
A certa altura, o cantor falou sobre a morte do irmão e dos pais.
"Ninguém passa pela morte incólume. Ninguém sai da proximidade da morte a mesma pessoa. A experiência da morte do meu irmão Paulo foi extremamente dolorosa para a família inteira, para as filhas dele, sobretudo", começou por dizer.
"Fica sempre aquela sensação de: 'O que seria se ele não tivesse morrido? Seriam elas as mesmas pessoas?'. São duas raparigas extraordinárias", continuou o artista.
Pedro Abrunhosa destacou ainda o facto de a morte ter "um lado burocrático". "Ter lidado de perto com todos os trâmites, porque a morte tem um lado burocrático, e esse lado burocrático aborda-te ainda estás no hospital e é preciso tratar e enfrentá-lo. E depois aconteceu o mesmo com os meus pais. Portanto, não foi fácil, mas também não foi destruidor. Atenção, toda a gente passa por isto, não sou especial. Todos nós passaremos por isso, mais tarde ou mais cedo. E, infelizmente, outros passarão isso por nós, também", afiançou.
"E mesmo aos 60 anos, há uma sensação de orfandade, quando se perdem os pais?", perguntou o apresentador do formato. "Há uma sensação de saudade. Saudade irreparável. Eu converso muito com o meu pai, e com a minha mãe também, mas o meu pai às vezes paira nos sonhos. O meu pai aparece-me nos sonhos e conversamos, o que não quer dizer que eu acredite numa vida para lá de… é talvez o meu inconsciente a pôr o meu pai de novo, aqui presente, se calhar para resolver coisas interiormente. Mas tenho muitas saudades dos meus pais e do meu irmão. Muitas saudades", rematou o cantor.