TVI

"Mulheres, às Armas": descubra a história e o elenco completo da nova série da TVI!

A nova série da TVI, "Mulheres, às Armas", foca-se no papel das mulheres na Guerra Colonial. A estreia acontece na mesma altura em que se assinala o 25 de Abril.

O papel das mulheres na Guerra Colonial. É este o foco da nova série da TVI, "Mulheres, às Armas", cuja estreia está marcada para 11 de abril e a transmissão do segundo e do terceiro episódios agendada para o dia seguinte.

Idealizada por Cristina Ferreira, escrita por Filipa Martins e realizada por Patrícia Sequeira, a série tem Victoria Guerra, Sara Carinhas, Madalena Almeida e Sílvia Chiola nos papéis principais. José Condessa, Dalila Carmo e Fernanda Serrano fazem participações especiais nesta produção da Santa Rita Filmes.

Joana Botelho, João Lagarto, Rodrigo Tomás, Sílvia Filipe, Ana Brito e Cunha, João Pedro Vaz, Paulo Calatré, Inês Rosado, Rita Rocha Silva, Joana Campelo, Nuno Nolasco, António Durães, João Nunes Monteiro, Cláudia Jardim, Pedro Almendra, Pedro Granger, Bibi Perestrelo, Clara Riedenstein, Salvador Biernat, Luísa Bacalhau, Telmo Mendes, Hugo Nicolau, Sérgio Coragem, Gonçalo Oliveira, Cleo Diára, Isa Rodrigues, Alves Silva, Rita Carolina Silva, Rui Oliveira, Linda Valadas e Hugo Olim completam o elenco de "Mulheres, às Armas".

 

Leia a sinopse de "Mulheres, às Armas":

 

A mobilização dos homens para a Guerra Colonial, em vésperas do 25 de Abril, lança cinco mulheres de diferentes origens numa aventura titubeante de emancipação, luta social e política. Só a amizade as poderá ajudar noutra guerra – a guerra contra a opressão da ditadura e da sociedade que as via apenas como mães, esposas e donas de casa.

"Mulheres, às Armas" tornou-se o grito de batalha de uma geração de mulheres que procurou a sua emancipação e lutou por um país mais justo e igualitário. É a história de heroínas anónimas que merece ser lembrada e celebrada como um testemunho do poder da solidariedade feminina e da luta pelos direitos e liberdades fundamentais.

 

Conheça as personagens principais da nova série da TVI:

 

Adília, a namorada - Sílvia Chiola

No retrato, o sorriso é triste no rosto perfeito. Sabe que aquela será a fotografia que Armando irá levar para a Guiné. Quase analfabeta, compensa com astúcia a falta de estudos. É costureira na fábrica de confeções, enfrentando a discriminação laboral que impõe salários inferiores às mulheres. Vinda de uma família pobre, é filha de pai desconhecido e de uma mãe alcoólica, presa a um círculo vicioso de gravidezes indesejadas, abortos clandestinos e venda de crianças a famílias ricas.

Enamora-se por um rapaz de condição social superior, quando a família a contrata como ama das crianças. O jogo de sedução é feito à revelia da vontade das duas famílias – a mãe da jovem desconfia das intenções do pretendente – “Ele só quer o melhor e depois desanda” – já a família do rapaz não vê em Adília a esposa ideal à altura das qualidades do primogénito.

Antes de ir para a Guiné, Armando tenta persuadi-la a fugir com ele para França, mas Adília não quer abandonar o irmão recém-nascido ao cuidado da mãe negligente. Acabando à pressa uma encomenda de boinas para o Exército – “Costuramos as boinas com que vão tapar a cara aos nossos homens depois de mortos”, dizem-lhe – é retida pela mestra da fábrica e falha a despedida, no cais de embarque.

Na fábrica, trava amizade com Isabel que ajuda nas lides domésticas em troca de aulas de leitura e escrita. Deseja escrever uma carta de amor a Armando pelo seu próprio punho. Descobrindo que está grávida, luta por dar um destino diferente para o seu filho ao garantir-lhe um pai “de papel passado”.

Lurdes/Júlia, a politizada - Sara Carinhas

Estudante de letras, politizada, filha de uma família conservadora próxima do regime, foi expulsa da faculdade durante as contestações estudantis no final dos anos sessenta e afastou-se, consequentemente, do núcleo familiar. Teve, ainda assim, mais sorte do que muitos colegas rapazes que receberam ordem de mobilização para o Ultramar. Renegada pela família, começa a trabalhar na fábrica de confeções, infiltrada e sob nome falso, enquanto mantém a atividade politizada e clandestina. Participa em comícios e manifestações, alberga dissidentes e ajuda refratários a darem o salto, chegando a aderir a formas mais violentas de luta. O seu espírito livre e sedutor salva-a de muitos dissabores, mas o comportamento desviante fá-la estar na mira da polícia política.

As colegas que não sabem ler ou escrever recorrem a Lurdes para decifrarem a letra dos soldados nos aerogramas pagos pelo regime e enviar notícias aos combatentes, mas também para ouvirem leituras proibidas nos balneários. É ela a principal instigadora das revoltas laborais na fábrica e parte dela a ideia de ocultarem mensagens revolucionárias nas bainhas das boinas dos militares, incentivando uma sublevação por dentro das Forças Armadas que ponha termo à guerra – “Sem homens não há guerra”. Lésbica, está apaixonada por Fernanda desde o tempo da faculdade, ao reencontrá-la teme pela sua segurança.

Isabel, a viúva - Victoria Guerra

Licenciada no estrangeiro, nunca exerceu qualquer profissão, tendo optado por casar logo que concluiu os estudos. Recebe agora o caixão fechado do marido morto no Ultramar. Habituada a uma vida de classe média, vê-se sozinha com um filho, a mendigar a pensão do Estado na fila de mulheres à porta do quartel. Enquanto expurga o luto, enfrenta um mundo por ora desconhecido: o da gestão dos assuntos financeiros da família. Eximia a tocar piano, não sabia – até então – passar um cheque sequer.

Para fazer face às dificuldades económicas, acaba por ir trabalhar para o laboratório da fábrica de confeções, enfrentando o assédio dos colegadas homens A atitude tímida, mas firme, fá-la sobressair e é aceite no grupo de Lurdes. Influenciada pela amiga, recebe em sua casa reuniões clandestinas e aceita a pernoita de fugitivos, envolvendo-se romanticamente com um deles. Estas movimentações levantam suspeitas na vizinhança, sendo denunciada à polícia política e vendo-se separada do filho. Os seus grandes antagonistas são o sogro e as vizinhas, que a vigiam moralmente.

Deolinda, a irmã gêmea - Madalena Almeida

Com a quarta classe completa, Deolinda é perseverante e inteligente, estando a terminar o curso de dactilografia, quando o irmão gêmeo é chamado para o Ultramar. Sem o rendimento do rapaz, a família quer que ela abandone os estudos e que faça turnos duplos na fábrica. Desde então, enfrenta o luto acusatório da mãe, enquanto tenta proteger a irmã mais nova, compelindo-a a continuar na escola.

A sua inteligência leva-a a progredir na fábrica, chamando a atenção do filho do dono. O industrial mostra-se simpático e correto, seduzindo-a. Com a notícia da morte do irmão no Ultramar, é forçada pela família a casar com um comerciante viúvo e conhecido do bairro.

Fernanda, a mulher do dissidente - Joana Botelho

É uma mulher perdida na sua sexualidade e no seu propósito de vida. Filha de militar, lê, às escondidas, livros proibidos feministas, tendo Maria Lamas, Simone Beauvoir ou Marguerite Yourcenar como principais referências, mas acobarda-se quando é incitada a agir. Sempre foi lésbica – algo que recalcou – vivendo uma paixão nunca consumada com Lurdes/Júlia nos tempos da universidade. Nessa altura, Lurdes escolheu a luta e Fernanda escolheu o relacionamento burguês e seguro com Miguel. Antes de terminar a licenciatura em letras, casa com o namorado, sob o argumento de que quer seguir com ele para África. Quando Miguel é chamado para a guerra, decidem fugir do país – Miguel como desertor. Mas, no momento da fuga, Fernanda acobarda-se e resolve ficar.

Reencontrar Lurdes leva-a a repensar o seu lugar e as suas paixões, mas sempre de forma titubeante porque é uma menina mimada - sem estamina para a luta. Luta entre a liberdade e a necessidade de segurança. O retorno de Miguel faz com que ela se confronte com um casamento que não deseja.

 

Veja, agora, na galeria que preparámos para si, as imagens da estreia de "Mulheres, às Armas".

Relacionados