Entrevistas

Miguel Leite conta como a morte da mãe o levou a ajudar outras mulheres: "O meu trabalho vai muito além de fazer vestidos"

À margem da abertura de um novo espaço em nome próprio em Guimarães, o costureiro Miguel Leite fala sobre a importância de adaptar as tendências ao estilo e ao corpo de cada cliente.

Miguel Leite
Miguel Leite

No mundo da moda, a adaptação das tendências ao estilo pessoal e ao corpo de cada pessoa é uma arte que requer sensibilidade, conhecimento e uma visão holística. Em entrevista exclusiva à SELFIE, Miguel Leite sublinha que a moda deve ser personalizada para cada cliente, garantindo que todos os detalhes contribuem para um resultado harmonioso e elegante. Leia a entrevista!

 

"Um mau cabelo ou uma má maquilhagem arruínam o meu trabalho!"

 

É importante considerar desde logo todos os elementos que compõem um look?
Não posso pensar só no trabalho que eu faço, que é a roupa. Tenho que "montar o boneco", preocupar-me com o cabelo, a maquilhagem, as unhas, as jóias, os sapatos, a clutch. Isso é tudo muito importante. Um mau cabelo ou uma má maquilhagem arruínam o meu trabalho! E eu não posso permitir que isso aconteça, por isso, idealizo logo o look completo e envio fotografias com referências de penteados, maquilhagens e outros detalhes para que as minhas clientes possam mostrar aos profissionais com quem irão trabalhar.

Até porque o resultado final também depende desses outros elementos...
Sempre ouvi dizer que as senhoras são apreciadas pelo cabelo e pelos sapatos... e que a roupa é o menos importante. Eu concordo plenamente: se a mulher tiver um bom sapato e um cabelo bem arranjado, está sempre bem. Por outro lado, quando tem um bom vestido, mas o resto não está bem, ninguém vai conseguir elogiar, ninguém se vai lembrar do vestido. O ser humano foca-se no que está mal e acaba por esquecer o que está bem.

Também por isso o Miguel assume o papel de conselheiro das suas clientes, recomendando aquilo que realmente lhes fica bem?
Claro! Uma coisa é uma menina que vai ao baile de finalistas. Outra coisa é uma mulher com uma pele madura. Desde os tons ao registo da maquilhagem, temos que ter sempre noção efetivamente do que vamos fazer. Antes de escolher a cor, tenho sempre em atenção o tom do cabelo, o tom da pele e a cor dos olhos. Faço sempre o que acho que é o ideal para aquela pessoa, para aquela estrutura, para aquele corpo, independentemente do que a cliente gosta, até porque nem sempre a ideia que a cliente tem resulta nela.

E se não concordar com aquilo que lhe é pedido?
Já não estou numa fase da minha carreira em que aceito tudo. Eu exijo e digo: "Não, não faço. Ou é assim ou não é!" Com a minha experiência e no patamar que atingi com a minha carreira, eu debato com as clientes, explico e elas ouvem-me e acabam a dar-me razão.

As pessoas têm cada vez mais uma ideia daquilo que procuram?
Sim, e o problema é que, quando têm uma ideia fixa do que querem, não vão encontrar feito, porque não há nas lojas, onde as medidas são standardizadas.

É o que acontece, por exemplo, com as mulheres mais baixas?
Exato! As pessoas dizem sempre que uma mulher pequena não pode usar vestidos compridos. Toda a gente pode usar tudo aquilo que quer! Tem é que ter o corte certo. Claro que, se for comprar feito numa loja, não resulta. Nas lojas de fast fashion, as medidas estão standardizadas para mulheres de 1,70 cm, logo, a cinta vai ficar fora do sítio numa mulher que seja mais baixa. Se for um vestido, por exemplo, vai ficar muito comprido e a pessoa vai fazer uma bainha na parte de baixo. Mas isso está errado, tem de se retirar é na cinta! Só que isso dá muito trabalho. É quase fazer um vestido novo. Ninguém faz isso. Então, é por isso que as pessoas parecem ainda mais pequenas. No entanto, quem não quer ou não tem possibilidades para mandar fazer por medida, acaba por comprar o que há nas grandes superfícies.

Uma mulher plus size também tem mais dificuldade em encontrar modelos que lhe fiquem bem nas lojas de fast fashion...
Sim! Quando eu digo a uma mulher plus size que ela vai usar um vestido mais cintado, ela diz-me que eu estou doido, porque está habituada a ir às lojas e a comprar tudo grande, porque acha que é o que disfarça. Mas não é verdade. Vai parecer maior, porque a roupa amplia. Eu entendo-as, porque, às vezes, vestem coisas mais justas nas lojas e não resulta, porque não são para as medidas delas.

O que é, para si, estar na moda?
As pessoas misturam muito o que é tendência com o que é moda. Eu acho que estar na moda é tu vestires tudo aquilo que te faz sentir bem. A tendência é uma coisa que se usa no momento e não é para todas as pessoas. Quando vais na rua num dia comum e vês alguém com umas calças de ganga e um blazer de lantejoulas, alguma coisa não está bem! Ou quando vês uma mulher que sai à rua de dia com um vestido de lantejoulas... Não pode ser, não é bonito, não é elegante. Os brilhos são para a noite.

 

"Faz falta nas lojas um fashion adviser. Só que a mentalidade do português não está preparada."

 

Sente que falta consultoria de moda?
Acho que faz falta nas lojas um fashion adviser. Só que a mentalidade do português não está preparada para que alguém que não conhece de lado nenhum venha dizer que não pode usar isto ou aquilo, ou que deve usar isto ou aquilo. Mas lá fora isto já existe e funciona bem.

Mas, mesmo em Portugal, as pessoas já estão mais abertas a receber conselhos de profissionais de moda, não?
As pessoas que me procuram, efetivamente, é porque não sabem aquilo que querem e estão ali num grito de ajuda e confiam, porque, se eu digo, é porque vai resultar. E já disse muitas vezes: "Se não resultar, eu fico com o vestido para mim." Até hoje, nunca houve ninguém que me dissesse: "Não gosto."

Como é que funciona quando alguém chega ao atelier Miguel Leite?
A cliente chega e eu começo logo a fazer toda uma leitura, uma análise de como é que ela fala, de como é que ela se comporta, as cores que está a usar, o registo... Às vezes, tenho clientes que me deixam na dúvida, por isso, enquanto estamos ali na conversa, vou às redes sociais delas e faço-lhes mais perguntas para conseguir percebê-las melhor e para não errar. Às vezes, vejo as minhas clientes duma perspetiva a partir da qual elas não se veem. Há sempre uma luta gigante entre a cliente e o espelho, seja magrinha, gordinha, bem feita... Acha sempre que o que vê no espelho não está bem. E eu mostro-lhe que a vejo de outra maneira, de outra perspetiva, para que ela consiga interiorizar isso e se veja também um bocadinho como eu a vejo.

 

"Eu não sou um estilista. Sou um costureiro. Crio para o corpo, para a essência da pessoa."

 

Qual é a grande mais valia desta abordagem?
Eu não sou um estilista. Sou um costureiro. Crio para o corpo, para a essência da pessoa. No meu trabalho, o que tento fazer é com que cada peça tenha a personalidade da pessoa que a veste, porque eu pensei naquele corte e naquele modelo para aquela pessoa, com a essência que aquela pessoa tem, e não no modelo que vi noutra pessoa e quero adaptar para aquela. Faço um estudo do corpo. Faço o trabalho de casa.

 

"Muitas clientes dizem-me: 'Vir aqui nem é fazer vestidos. Vir aqui, primeiro, é vir à terapia e depois é que é fazer de ti o nosso costureiro.'"

 

E o que dizem as clientes?
Muitas clientes dizem-me: "Vir aqui nem é fazer vestidos. Vir aqui, primeiro, é vir à terapia e depois é que é fazer de ti o nosso costureiro. Nós ficamos com a terapia em dia. Saímos daqui outras pessoas." Eu não queria ser aquele costureiro que tira medidas, faz provas, vê tecidos, "xau e adeus". Acho que quando as pessoas procuram o meu trabalho é porque querem mais do que isso e eu vou dar-lhes aquilo que elas procuram.

 

"O meu trabalho já vai muito além de fazer só vestidos. Trata-se mesmo de empoderar a mulher."

 

Podemos dizer que há também uma vertente de empoderamento feminino muito presente no seu trabalho?
Sou apaixonado pelo meu trabalho. Faço mesmo isto por amor. E acho que as mulheres são muito mais do que aquilo que as fazem ser. O meu trabalho já vai muito além de fazer só vestidos. Trata-se mesmo de empoderar a mulher, fazer a mulher perceber que é bonita, independentemente das formas, das medidas, da aparência...

Recentemente, começou também a fazer mudanças de visual. Como surgiu esta ideia?
Para mim, é extremamente importante perceber que faço a diferença na vida de uma pessoa. É gratificante saber que faço parte do processo e quero sempre que o meu trabalho passe pelo empoderamento. Depois de uma mudança de visual, a mulher já não está preocupada se o marido gosta ou não gosta. Ele só tem de aceitar, se quiser continuar com ela. É um empoderamento gigante. Parece que não é a mesma pessoa. A mulher já sorri, passa a arranjar o cabelo, já não sai de casa sem maquilhagem, sobretudo se tiver uma profissão em que trabalha com público, porque a imagem vende. Quinze minutos são suficientes para hidratar a pele e aplicar um gloss discreto. Não é o facto de acordares quinze minutos mais cedo que te vai deixar mais cansada. Pelo contrário, vai dar-te outro ânimo, porque já sais de casa a sentires-te dona de ti mesma. Já não sais cabisbaixa e sem vontade de sorrir. É muito interessante, porque tem tudo a ver com valorizares-te, perceberes que queres mudar de nível, que queres ir mais além, que já não queres ser mais aquela pessoa, nem ter mais aquela imagem, e perceberes por que é precisas daquela mudança, o que é que está por detrás.

Participou também numa palestra em Guimarães sobre empoderamento feminino, entre outros temas. Como correu?
Muito bem. Senti que consegui tocar as pessoas. Para além do empoderamento feminino, falei sobre a realidade que as pessoas passam diariamente. Utilizo sempre o que se vai passando no meu percurso pessoal e profissional para conseguir ajudar o outro. Cada pessoa tem uma forma diferente de ver, de ouvir, de entender e de receber o que tu dizes. Tu tens de perceber por onde é que podes ir, que argumentos tens de usar, ou o que podes realmente fazer para chegar lá.

É preciso quase um dom, não?
Acho que é uma coisa inata em mim, natural. Eu não fui estudar. A minha escola foi muito o meu primeiro trabalho e a minha mãe. Cresci com ela e era miúdo quando a perdi. Tive de crescer muito depressa. Isso fez-me perceber que só podemos contar connosco, porque nós é que nunca nos vamos falhar a nós mesmos, estamos sempre lá. Não podemos esperar que os outros estejam como nós gostaríamos. Os dez anos que passaram entre os tratamentos e a perda da minha mãe fizeram-me ser a pessoa que sou hoje. A única coisa de que me arrependo é de não lhe ter dito mais vezes que a amava. Então, peguei nesse arrependimento e transformei-o numa forma de dar amor aos outros. Isto das mulheres é algo que vai morrer comigo, porque é algo que está em mim. Adoro trabalhar com mulheres. Digo sempre que o mundo devia ser dominado por mulheres para elas mostrarem aos homens como é que se faz. O homem pensa muito. A mulher acabou de pensar e já está a agir. Homem é bonito ou é inteligente. As duas coisas só conseguem encontrar numa mulher. Uma mulher consegue ser bonita e inteligente. É raro o homem que consegue ser muito bonito e muito inteligente. As mulheres são muito mais do que aquilo que mostram ser e conseguem ser muito mais.

 

"Construí uma marca, sendo apenas autodidata, sem ter ajuda de ninguém."

 

Fale-nos um bocadinho sobre o seu percurso. Como chegou até aqui?
Comecei a trabalhar com quinze anos e abri o meu primeiro atelier aos dezanove anos. Na altura, sabia o básico de costurar, porque, quando deixei a escola, fui para uma fábrica e aprendi a trabalhar na máquina. Nunca estive em nenhuma escola, nenhum curso, nenhuma formação, atelier ou modista. Nunca estive em lado nenhum a aprender. Sempre fui fazendo as coisas como achava que se fazia, cortando como achava que se cortava. Quando comecei a ter colaboradoras, aprendi muito com elas. Mas, até aí, construí uma marca, um nome, sendo apenas autodidata, sem ter ajuda de ninguém. Consigo visualizar na minha cabeça como se faz, daí o resultado final dos meus trabalhos no look completo. Eu visualizo a pessoa pronta para a festa à minha frente. O facto de ter esta visão interior resulta muito bem para eu conseguir executar o meu trabalho. Ainda não consegui fazer nenhuma formação, mas não é que não queira. Já procurei, mas não tenho tempo. Então, vou aprendendo com quem vai trabalhando comigo. E eu também vou ensinando. Uma coisa que o têxtil me deu foi a agilidade, a rapidez com que se faz. Hoje, trabalho com duas pessoas formadas em costura e aprendo muito com elas e elas aprendem comigo.

É fácil encontrar pessoas para trabalharem neste segmento?
Eu bem queria ter pessoas para trabalhar, mas não há. Tenho sempre a agenda cheia... Mas não posso ter uma pessoa que venha de uma fábrica e esteja habituada a fazer t-shirts, porque não faço isso. Trabalhar em tecidos ou trabalhar em malhas é completamente diferente. E neste trabalho tem mesmo de se gostar do que se faz. A pessoa que vem da fábrica está habituada a produção em massa. Aqui não há produção em massa. Aqui há paciência para se fazer uma peça, que pode demorar efetivamente mais do que um dia a fazer.

 

"Querem ser estilistas, mas não sabem sequer pregar um botão, quanto mais fazer uma camisa. Isso choca-me."

 

Como vê os jovens que estão a sair dos cursos de Moda?
Não consigo perceber o que estão a fazer nas escolas aqui em Portugal. Ou é culpa dos alunos ou da escola. A verdade é que os alunos não sabem nada. Muitos não sabem sequer pregar um botão, quanto mais fazer uma camisa. Isso choca-me. Temos muitos miúdos a dizerem que querem ser estilistas, mas, depois, não sabem cortar, não sabem fazer moldes. Só sabem desenhar. Se não houver quem saiba fazer... Acontece que não estamos a formar novas costureiras, porque, agora, é feio ir para uma máquina ou trabalhar numa fábrica.

 

"Agora, é feio ir para uma máquina ou trabalhar numa fábrica."

 

No entanto, surgem cada vez mais marcas de roupa...
Sim, cada vez mais, mas os acabamentos de muitas marcas não são bonitos. Eu não faço uma peça que tu vires do avesso e não esteja igual a como está por fora. Às vezes, as pessoas até dizem para não por forro, mas eu explico que é preciso, porque o forro faz com que a peça caia melhor, assente bem, ofereça outro tipo de conforto, não há transparências, não marca a celulite. Para mim, os acabamentos são cruciais. Hoje em dia, qualquer pessoa tem uma marca, porque vais a uma fábrica e pões a fazer. Não é menosprezar, mas quem está habituado a trabalhar para a Zara não faz costura como eu faço, faz roupa. O fast fashion não tem os mesmos acabamentos.

 

"Quem está habituado a trabalhar para a Zara não faz costura como eu faço, faz roupa."

 

Mas será que as pessoas percebem a diferença ou estão dispostas a pagar mais pela qualidade?
As pessoas não podem mandar fazer uma peça por medida e esperar que tenha o mesmo preço. Eu costumo dizer: "Cobro isto, porque apresento isto. Se querem mais acessível, não consigo fazer, nem compensa fazer." Não podem esperar um vestido de 50 ou 100 euros. Há o atendimento inicial, há que tirar as medidas, há que eleger o modelo... Estamos ali uma hora. Depois, há o fitting e temos de decidir o que vai usar. Depois, há uma prova final. Portanto, estamos a falar de umas três horas. É o meu tempo, os tecidos, o forro, o fecho, o trabalho... Quereres ir a um atelier para teres um vestido exclusivo, que é só teu, e quereres pagar o mesmo que pagas na Zara não faz sentido. Eu costumo dizer que a moda vai da Prada à Primark, mas temos de ter o mínimo de noção. E por que é que isto acontece? Porque as costureiras que têm ateliers em casa fazem vestidos a imitar o que veem nas televisões e nas redes sociais, sem forros, só com bainhas à maquina, por preços irrisórios. Isso estraga tudo. Mas tu tens de criar o teu público. Tens de perceber que não podes atender toda a gente, que só podes atender quem realmente pode pagar. O objetivo é elevar. Se eu me empenho num vestido e na minha cliente, tenho de cobrar um valor que seja justo. As pessoas já desvalorizam, por isso, se eu aceitar é porque também não me estou a valorizar, é porque acho que não valho mais do que aquilo. Tenho de me valorizar, de me posicionar. Depois, só vai quem pode realmente comprar. Isto não é um bem essencial. O que eu faço é um luxo. E o luxo é para quem pode pagar. Não está acessível a todas as pessoas.

 

"O que eu faço não é um bem essencial, é um luxo. E o luxo é para quem pode pagar. Não está acessível a todas as pessoas."

 

Recentemente, inaugurou um novo espaço em Guimarães. Como está a correr?
A inauguração foi no dia 18 de julho, pelas 18:18 horas, no dia em que completei 35 primaveras. Passaram por aqui mais de 80 pessoas que ficaram rendidas ao espaço, tem corrido muito bem, todos os dias recebo clientes novas. É um edifício todo em vidro, então, por si só, chama a atenção, é uma novidade para as pessoas também. São muitos os curiosos e acho graça às questões que vão colocando. Mudei para um espaço mais amplo, acolhedor para poder prestar também vários serviços, como a consultoria de imagem, coloração pessoal mais direccionada a noivas. Tem tudo para ser um sucesso.

 

"Mudei para um espaço mais amplo, acolhedor para poder prestar também vários serviços, como a consultoria de imagem."

 

Que novidades está a preparar para 2025?
Vou fazer um megaevento em janeiro, no norte, na Alfândega: um desfile de alta costura. Será por convite, não será aberto ao público. Vai ser muito giro! Vou ter uma grande coleção, que irá do casual chic à noiva, só para mulheres. A meta é fazer 50 looks. Nenhum costureiro em Portugal apresenta coleções tão grandes.

Não vai apresentar roupa para homens?
Não quero apresentar colecção para homens, porque é um público que quero manter mais restrito. Normalmente, eles aparecem mesmo sem eu fazer qualquer tipo de divulgação. Acabam sempre por chegar até mim noivos, pais e padrinhos.

 

"Vou fazer um desfile de alta costura. A meta é fazer 50 looks. Nenhum costureiro em Portugal apresenta coleções tão grandes."

 

Será o seu primeiro grande desfile?
Já fiz um desfile ou outro, mas nada grandioso. Quando é para fazer... ou é para fazer algo de que toda a gente vai falar ou não vou fazer. E isso dá muito trabalho. Antes, achava que ainda não era a altura, mas acho que é agora o momento certo.

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