À margem do festival O Sol da Caparica, Mariza falou sobre a emoção que sente ao subir ao palco e sobre o facto de se comover em todos os concertos.
"Acho que no dia em que subir ao palco sem emoção, não vale a pena cantar, porque, sem emoção, não consigo transmitir absolutamente nada. Eu amo o que faço. Sem amor, o ser humano é uma caixa vazia. Poder subir a um palco e poder transmitir tudo aquilo que sinto em cada música, é incrível. Eu posso cantar hoje e amanhã a mesma canção e os sentimentos serem completamente diferentes, as emoções serem completamente diferentes, até porque nós não acordamos todos os dias de forma igual, todos os dias acontece algo na nossa vida que nos faz mudar, que nos faz sentir as coisas de forma diferente. E é isso que acontece quando canto", afirma a fadista.
Com mais de 20 anos de carreira, a cantora não esconde que ainda hoje lhe é difícil desfrutar dos momentos em palco: "Ainda fico extremamente nervosa, o coração ainda bate muito forte. Depois dos concertos é que começo a descomprimir."
Já o filho da fadista, Martim, de 12 anos, é presença habitual nos concertos da mãe: "O meu filho adora, mas é só para entrar em palco e dizer: 'Boa noite!' Depois, já quer ir embora. Isto não é a vida dele. Ele ainda é pequenino, quer é brincar, jogar, estar com os amigos, ir de férias. Não lhe passa ainda pela cabeça nem está nem aí para a música."
Questionada sobre o facto de ter hoje nos concertos crianças e jovens que ainda não eram nascidos quando Mariza se deu a conhecer ao público pela primeira vez, a cantora não podia sentir-se mais orgulhosa: "É super interessante perceber que muitas crianças e muitos jovens que hoje vão aos concertos não eram nascidos quando lancei algumas das minhas músicas, mas que conhecem. Conhecem a 'Maria Joana', conhecem o 'Melhor de mim'. É interessante perceber que todas as pessoas, de alguma maneira, conhecem algum tema meu. É genial!"
Ainda sobre o tema de sucesso "Maria Joana", que resultou de uma colaboração com os Calema, Mariza revelou: "Foi um convite que aconteceu naturalmente. Não foi uma coisa pensada nem elaborada do tipo: 'Agora, vamos fazer novos tipos de projetos'. Não, foi uma coisa que aconteceu, porque somos todos amigos e fomos falando: 'Um dia, vamos fazer uma coisa juntos.' A ideia foi ficando palpável e, de repente, já tínhamos letra. 'Tu cantas esta parte, eu canto aquela…' Acho que nenhum de nós alguma vez pensou que a 'Maria Joana' conseguisse atingir o sucesso que atingiu. Para nós, foi surpreendente!"