Sábado, dia 24. Encerra-se um capítulo na vida de Marcia Soares e a SELFIE volta a testemunhar, em exclusivo, o momento, seis meses depois de termos rumado a Ermesinde para estar presente no segundo aniversário do bar Devela.
Agora, o motivo é outro. Dezenas e dezenas de clientes habituais do estabelecimento, bem como fãs da comentadora do reality show da TVI "Dilema", juntam-se numa festa "dois em um": não só se festeja o 31.º aniversário da dona do espaço, celebrado no dia 21, como se assinala o fecho de portas daquele que foi, durante mais de dois anos, um ponto de encontro para muitos.
A noite ainda não vai a meio quando Marcia Soares faz uma pausa no trabalho e se senta à conversa com a SELFIE para falar sobre muitos assuntos - na primeira parte da entrevista, que vai ler agora, a empresária quebra o silêncio e fala pela primeira vez sobre a venda do bar. O tempo recorde em que fechou negócio e a quem o entregou são algumas das revelações feitas.
Quantas vezes já chorou hoje?
[Risos] Até agora? São 22:10 horas... Quatro?! Quatro vezes. Estou a portar-me bem [sorri]. Estou a guardar tudo para o fim. Sei que, no fim, vai ser mais duro...
Porquê?
Vou despedir-me da família que construí em Ermesinde. Hoje, que estamos outra vez aqui todos reunidos, é que noto o impacto que o Devela teve em Ermesinde. Conseguimos, aos poucos, fazer um bom trabalho e conquistar os clientes. Para mim, são como uma família.
Foi difícil tomar a decisão de se despedir desta família?
Foi uma decisão muito consciente. Quando abri o Devela, este era um projeto a dois com o meu irmão. Agora, mantenho mais a minha vida profissional em Lisboa e, visto que era um projeto a dois e visto ele estar aqui sozinho, faz sentido parar com ele. É um negócio que cansa muito, que precisa dos dois presentes e que não nos permite ter uma grande vida social. Se, mais para a frente, tivermos de abrir outro negócio, que seja algo que nos permita acordar cedinho e deitar cedinho. [O irmão Rafael junta-se à conversa.]
Venderam o espaço muito depressa...
Marcia Soares - Vendi o Devela tão depressa como o comprei. Viemos ver o Devela numa terça-feira, foi amor à primeira vista e comprámo-lo numa quinta-feira. Agora, acho que o metemos à venda numa terça e, na quarta, já o tínhamos vendido. A história de quem o comprou é bonita. É uma senhora que cresceu aqui, à volta do estabelecimento, e que sempre teve o sonho de o comprar. Portanto, as coisas encaixaram no momento certo.
Rafael Soares - Digamos que o destino estava alinhado para o comprar e para o vender.
Era vossa cliente?
Rafael Soares - O marido era.
Tem um significado especial venderem o vosso sonho a uma pessoa da terra?
Marcia Soares - Vou ser sincera: para mim, o Devela é até às duas da manhã. A partir daí, a casa já não é minha.
É fácil desapegarem-se?
Rafael e Marcia Soares - [Respondem ao mesmo tempo] Não.
[Risos]
Marcia Soares - [Risos] Quero que ela fique bem entregue, mas também tenho consciência de que a alma do Devela somos eu e o meu irmão. Portanto, sei que aquilo que construímos vai connosco na mesma. As amizades, as ligações... Isso, que é o mais importante, vai ficar. De resto, é um espaço com quatro paredes que, a partir de agora, já não é nosso. Havemos de cá voltar, de certeza, porque temos aqui muitos amigos. Temos por aí disponíveis muitas caminhas para dormir [risos]. E, daqui a alguns meses, voltaremos também para conhecer o novo espaço e ver o que fizeram ao nosso Devela.