No Instagram, Sandra Felgueiras recuou no tempo até há 18 anos e destacou o caso de Maddie McCann.
"Há precisamente 18 anos, era uma quinta-feira à noite, parti sobressaltada para o Algarve onde um casal de ingleses pedia ajuda para encontrar a filha de três anos que havia desaparecido misteriosamente do apartamento alugado para uma semana de férias. A criança tinha ficado a dormir sozinha com os irmãos, de dois anos, enquanto os pais jantavam com os amigos", começou por recordar a jornalista.
De seguida, Sandra Felgueiras acrescentou: "Naquela noite, a PJ não preservou o local do crime. Naquele ano e até 2020 nunca investigou a possibilidade de um predador sexual que ali vivia poder ter praticado o crime. Nem mesmo depois da descrição da amiga do casal, Jane, bater certo com a de Christian Bruckner, um alemão na altura com 30 anos e já com um longo cadastro de crimes sexuais. Ninguém achou estranho que ele tivesse aparecido cheio de dinheiro depois de 3 de maio, quando tinha saído da prisão de Portimão em janeiro, sem nada nos bolsos."
"Bruckner sentiu-se tão seguro que até começou a comentar com os amigos, com orgulho, que sabia tudo o que acontecera a Madeleine McCann. A polícia alemã garante que ele a matou. Eu acredito que antes disso, lucrou com uma pequena e indefesa bebé. Se isto não é uma das maiores vergonhas da justiça portuguesa, não sei o que é!", exclamou ainda.
Sandra Felgueiras deixou também uma confissão: "Por que razão a maioria das pessoas em Portugal não quer ver o óbvio, perturba-me. Por várias razões. Sei que é difícil conviver com a falta de segurança e com o sentimento de que ninguém nos protege, mas poderia ter acontecido a qualquer uma de nós, mães, num qualquer deslize. É verdade que não temos por hábito deixar filhos em casa sozinhos, mas de certeza que quem culpa os pais não vê a culpa que carregam por esse erro trágico? E será que não pensam que seguramente também já fizeram coisas com os vossos filhos que poderiam ter corrido igualmente mal?"
"Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Mas façam um favor ao país. Vejam o que somos. Não o que querem que sejamos! Isto não é uma guerra. Trata-se apenas da forma como queremos ver a realidade que nos circunda. O Algarve só é um paraíso para quem nunca viu o que a serra esconde", completou.
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