Entrevistas

João Pedro Pais: "Não posso viver do passado"

A celebrar 25 anos de carreira, João Pedro Pais falou em exclusivo à SELFIE e abriu o coração para falar sobre a carreira e os desafios que ainda hoje enfrenta.

25 anos depois de se ter dado a conhecer ao público, João Pedro Pais não perde a humildade e assume que ainda hoje sente que tem de provar o que vale musicalmente.

"Estou sempre a ser posto à prova e escolho as canções que acho que farão mais sentido para irmos diretos ao assunto. Tenho de continuar a mostrar aquilo que valho musicalmente", começou por afirmar o músico, à margem do festival O Sol da Caparica.

Esta necessidade de se superar é uma constante na vida do músico de 52 anos: "Sinto-me a ser posto à prova por mim, literalmente, o que é angustiante, porque estou sempre a ser julgado e observado quando me apresento perante o público. E isso é tramado. Tenho que dar o meu melhor, seja o público que for, seja onde for, independentemente de quantas pessoas estão a ver, não interessa se estão centenas, dezenas ou milhares. Tenho que estar preparado."

Com uma carreira de mais de duas décadas e repleta de êxitos, João Pedro Pais não esconde que a ansiedade surge de mãos dadas com o sentido de responsabilidade. "Quando estou em palco, sinto muita confiança, mas antes de entrar em palco é mais complicado. A responsabilidade aumenta, porque já não sou novidade. E, ao não ser novidade, tenho que estar sempre a provar e a conseguir motivar-me para conseguir fazer novas canções. E tenho que ser mais exigente ainda, porque não posso estar a viver do passado. Tenho que viver do presente e do futuro, mas não esquecer o passado. Hoje, há pessoas que não têm a idade das minhas canções: da 'Mentira', do 'Nada de Nada', do 'Ninguém é ninguém' ou do 'Louco por ti'… É a essas pessoas que tenho de mostrar que eu sou este, eu sou o João Pedro Pais!"

Também por isso o músico está disposto a reinventar-se: "Tenho de estar disposto, tenho de ouvir os outros também, tenho que ouvir os que são melhores do que eu… aqueles que me motivam para continuar. Já fiz colaborações com os mais velhos, com os mais experientes: Fausto, José Mário Branco, Jorge Palma… Eles foram os primeiros, os que marcaram a música… Mas também já fiz colaborações com o Bispo, com a Carolina Deslandes, com o Pedro Abrunhosa... Fiz com aqueles com quem me identifico musicalmente e com quem me dá gosto estar em palco."

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