Inês Morais sagrou-se campeã do "Big Brother 2024" e, menos de um ano depois, fazia a "dobradinha", ao vencer "Secret Story - Desafio Final". Numa entrevista à SELFIE, a jovem fala sobre as passagens pela casa mais vigiada do País e a forma como encara o pós-reality show desprendida.
Mas há mais: Inês Morais revela o desejo de ser comentadora de programas deste género televisivo, mas vive tranquila com a ideia de o convite não surgir. Aliás, a propósito disto, a ex-concorrente acaba mesmo por falar abertamente sobre a ilusão com que muitos vivem quando saem de uma experiência deste género.
Ganhou dois reality shows em menos de um ano. Tem noção de que entrou para a história dos programas deste género televisivo em Portugal?
Não tenho esse peso no dia-a-dia, porque vivo a minha vida de forma muito normal. Tenho os pés na terra a cem por cento. Não procuro agarrar-me a isso para fazer valer-me de alguma coisa. Quero continuar sempre a trabalhar e a poder ter as minhas coisas. Nem tão pouco, nos dias de hoje, podemos agarrar-nos a isso. Existem programas atrás de programas e novos vencedores a surgirem. Isto é uma conquista gigantesca e é algo do qual vou sentir sempre muito orgulho, mas não é uma coisa a que possa agarrar-me sempre. Porque é um título e não passa disso.
Ganhou o "Big Brother 2024" e, menos de um ano depois, venceu "Secret Story - Desafio Final". Esta dupla vitória reforça o que sente enquanto concorrente de um reality show?
Quando me inscrevi na primeira vez, foi para perceber até que ponto a minha personalidade e o que realmente sou se enquadram naquele tipo de formato. Era só isso que queria perceber. E sinto que não é uma coisa que me mate. Não estou a esforçar-me, não estou a forçar nada ali dentro... Sou exatamente aquilo que sou cá fora. A única coisa que me custa é estar longe das minhas pessoas. É a única! De resto, estou só a ser aquilo que sou. A única e possível conclusão que tiro disto é que a pessoa que sou, a minha maneira de ser e a minha personalidade fazem sentido para aquele formato. Acho que não ter medo de sermos exatamente aquilo que somos é o que nos faz conseguir aguentar algum tempo lá. É muito mais leve e muito mais fácil de aguentar um programa daqueles quando assim o é. Sei que passei momentos difíceis lá dentro, mas valeram todos a pena. É como a vida cá fora...
Essa forma tão desprendida de encarar um reality show também a ajuda a lidar com o pós?
Acho que sim. Nas duas vezes, o dia da final do programa foi aquele em que estive mais nervosa. E não era por saber o desfecho, tanto que, nas duas vezes, não pensei que fosse ganhar. E não digo isto para ser falsa humilde. Não achava mesmo! Na primeira vez, tinha alguma ansiedade em perceber o que ia acontecer cá fora e como ia lidar com tudo. Na segunda vez, já sabia mais ou menos, mas senti um carinho muito maior do público. Então, estava um bocado nervosa, porque tinha mais gente que me apoiava. Gosto muito daquilo que o programa me trouxe, mas não me esqueço daquilo que era antes. Continuo a manter as minhas pessoas sempre comigo. E acho que é isso que me faz continuar a olhar para isto com os pés assentes na terra. A melhor maneira de lidar é simplesmente voltarmos para a nossa vida. Aquilo é um dos melhores momentos que alguém pode viver, mas é um momento. A vida é cá fora.
Ou seja, não se agarra ao rótulo de ex-concorrente de reality show.
Sim. Vou dar uma opinião um bocado pessoal em relação a isto: a verdade é que muitos ex-concorrentes de reality shows e aqueles que procuram ir para um reality show acham que vão sair de lá e apresentar algum programa ou ir para uma novela da TVI. Isso não acontece assim. As pessoas têm de perceber que não podem assumir que essas coisas vão acontecer. Vivem numa ilusão e, depois, chegam cá fora e percebem que este hype todo é uma coisa de pouca duração. É preciso canalizar para aquilo que queremos mesmo. Não vai continuar. O alcance nas redes sociais desaparece. Não é aquilo tudo para sempre, se não continuarmos a investir em mais do que um reality show. Acho que as pessoas não deviam agarrar-se tanto a isso, apesar de ter todo o orgulho de ter sido uma concorrente de reality shows.
Uma coisa não invalida a outra. Não está é a depender desse momento da sua vida.
Nem posso ficar sentada no meu quarto, de braços cruzados, à espera que me caia uma proposta para ir ali comentar umas horas na televisão.
Já agora: gostaria de ser comentadora?
Claro que sim! Óbvio. Não vou negar que adoraria, mas também não vou chorar por isso [risos]. Já mostrei o que tinha a mostrar e já provei o que tinha a provar. Agora, não depende mais de mim. Se me quiserem para alguma coisa, obviamente que sim. Se não me quiserem, também está tudo bem.
E não há duas sem três?
Não há duas sem três... Agora, digo: "Não, não, não." Nos próximos tempos, não. Mas também não tenho a certeza de que, se um novo convite surgir, vou ter a frieza de dizer que não, porque aquilo é altamente viciante. A produção trata-nos muito bem. É como se fosse uma segunda casa, sem dúvida.
E consegue-se, de facto, trazer amigos de reality shows? Sei que não banaliza a palavra "amigo"...
Antes de entrar, achava que essa era a maior fantochada. risos. Mas a verdade é que não posso ignorar que fiz bons amigos ali dentro. Do meu primeiro reality show, por exemplo, continuo a manter as pessoas que não me desiludiram, em momento algum, aqui fora. Por isso, acredito que sim. Obviamente que depende das pessoas com quem nos cruzarmos. Mas consegui trazer e fazer amigos que sei que estão cá para mim e eu estou para eles.
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