Entrevistas

Filipa Gonçalves revela o que a levou a fugir de casa com apenas 13 anos

Em entrevista exclusiva à SELFIE, a modelo Filipa Gonçalves recordou a infância e a adolescência e contou como lidou com os episódios de bullying que sofreu.

Em primeiro lugar, recentemente, completou 44 anos. Como é chegar a essa idade?
Chegar aos 44 anos é maravilhoso! Sinto-me plena, feliz, livre! Há uma maturidade emocional, espiritual e mental diferentes.

Aproveita os aniversários para fazer alguma espécie de balanço?
Geralmente, o meu balanço é sempre feito no Ano Novo. Gosto de começar um novo ano com novas energias. No meu aniversário, geralmente fico é mais introspetiva. Vejo o que posso mudar e fazer para me tornar um ser humano ainda melhor para comigo e com o mundo. Sou extremamente espiritual

O que diria à Filipa com 24 anos? Que conselhos lhe daria?
Diria à Filipa com 24 anos para ter mais calma e serenidade, porque, com essa idade, vivia a mil à hora e, muitas vezes, não aproveitava os momentos da vida. Diria, também, para ser mais confiante, porque era extremamente insegura, apesar de já ter uma carreira como modelo internacional.

Fazendo uma maior viagem no tempo, é verdade que sofreu situações de bullying, na escola? Que episódios foram esses?
Quando era pequena, na escola, era constantemente vítima de bullying e de humilhações públicas. As crianças, na altura, não compreendiam a minha "diferença". O facto de ser filha de alguém muito famoso [o ex-futebolista Nené] ainda complicava mais esses episódios. Insultavam-me, maltratavam-me, humilhavam-me.. Era uma pressão enorme! Mas, como sempre fui muito espiritual, ia buscar forças ao invisível, porque acreditava plenamente que era esse o meu caminho. O caminho da minha felicidade.

Sente que esse bullying lhe traz sequelas até hoje?
Felizmente, sou uma pessoa extremamente bem resolvida e consegui ultrapassar todos os traumas do meu passado. Foco-me apenas nas boas memórias e lembranças dessa altura.

Fugiu de casa aos 13 anos? O que se passou para ter tomado essa atitude?
Fugi de casa aos 13 anos, porque sempre senti na alma, no espírito e coração o que queria ser. Pela primeira vez, após muitos anos de opiniões médicas erradas, houve um médico a dizer aos meus pais a minha verdadeira condição, depois de uma contagem hormonal cromossómica. Eles não reagiram muito bem, o que é perfeitamente normal para a altura. Fi-lo num impulso de me afirmar.

Era uma adolescente rebelde? Por exemplo, é verdade que trabalhou à noite contra a vontade dos seus pais?
Confesso que era uma adolescente super rebelde! Só fazia disparates típicos da idade e um deles foi trabalhar à noite, como bailarina, numa discoteca, contra a vontade deles.

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