Crónicas

"Aparecer na televisão só porque sim é a maior das futilidades do ser humano", por Diogo Reffóios Cunha

A vida é bué cenas, já dizia esse ex-concorrente de reality-show falso que apareceu na televisão. E não é que são mesmo!

  • 18 abr, 14:42
Diogo Reffóios Cunha
Diogo Reffóios Cunha

Vamos ao principal. Todos queremos participar num reality-show, todos os que entraram num é porque querem participar nele, não há ninguém que tenha ido para lá contra a sua vontade. Vá, se calhar o Bruno de Carvalho foi o único que foi para lá contra a sua vontade, mas sempre com muita vontade de todos os sportinguistas que assistem ao canal.

Entrar num reality-show é como renascer. Vens indefeso e sem ferramentas para encarar a vida real. Aqui falo de mim.

Nasci num lugar que não me era familiar mas que sabia que tinha que passar por ele. Podemos ser xamânicos e achar que tudo isto é energia, e, se acreditamos assim, este seria o meu caminho. Fiz tudo com medo. Medo de ter medo e medo de pensar… Pensar, essa atividade em que concorrentes de reality-show são tão limitados. Caso contrário, como é que iríamos para um lugar como aquele?

Se pensarmos bem, o que é que fomos para lá fazer? Ah, espera. Agora, o reality-show é um lugar de televendas
2.0, ou o reality-show é uma oportunidade para promover a minha marca, e entrar num reality show é sujeitar-me ao sistema, à formula que duas ou três pessoas acham que é a certa.

Se pensarmos corretamente, aparecer na televisão só porque sim é a maior das futilidades do ser humano, não concordam?

Os anos vão passar e começa a restar-nos o que tínhamos. No meu caso, tinha pouco. E continua assim.

Foram-me dadas oportunidades que desperdicei e comecei a sentir-me infeliz. Aquela infelicidade de que não basta parecer mas que, de facto, temos que saber ser.

Mas aquela saída do reality-show aconteceu, um mundo enorme se abriu e acontecimentos se passaram. É por isto que a vida é bué cenas.

Deste vosso Diogão.

Diogo Reffóios Cunha

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