O músico de rap norte-americano Sean Combs, conhecido como "Diddy", foi detido, acusado pelo Ministério Público de Nova Iorque de crimes federais de tráfico sexual e extorsão.
"Estamos desapontados com a decisão de avançar com o que acreditamos ser um processo injusto (...) por parte do Ministério Público dos EUA", disse o advogado de Combs, Marc Agnifilo, num comunicado.
Sean "Diddy" Combs "é uma pessoa imperfeita, mas não é um criminoso", disse o advogado.
O músico norte-americano é acusado de comandar um império de crimes sexuais, coagindo e abusando de mulheres durante anos, enquanto usava chantagem e atos chocantes de violência para manter as vítimas sob coação.
Os procuradores classificaram Combs de "perigoso" e pediram a sua detenção até ao julgamento, citando armas encontradas em sua casa e o que disseram ser tentativas de intimidar testemunhas.
A acusação de conspiração de extorsão e tráfico sexual relatou que Combs induzia vítimas femininas e profissionais do sexo masculino a performances sexuais drogadas, por vezes, com dias de duração, apelidadas de "Freak Offs".
O documento referiu também, indiretamente, um ataque à sua ex-namorada, a cantora de R&B Cassie, que foi captado em vídeo.
"As provas neste caso são incrivelmente poderosas", disseram os procuradores no documento.
O Ministério Público disse que entrevistou mais de 50 vítimas e testemunhas e esperam que o número cresça e que utilizariam registos financeiros, de viagens e de faturação, dados e comunicações eletrónicas e vídeos dos "Freak Offs" para provar o seu caso.
Entretanto, depois da detenção, a equipa de defesa do rapper fez um pedido de libertação sob caução, que acabou negado pelo juiz, que manteve a prisão de cantor até, pelo menos, à próxima audiência, em 24 de setembro.
Os advogados planeiam recorrer em relação à decisão sobre a liberdade sob caução. Ainda não há data para o julgamento.
Recorde-se que Combs, de 54 anos, foi detido na noite de segunda-feira em Manhattan, cerca de seis meses depois de as autoridades federais que conduziam uma investigação de tráfico sexual terem invadido as suas luxuosas casas em Los Angeles e Miami.
Uma condenação por todas as acusações do Ministério Público poderia traduzir-se numa pena de 15 anos de prisão, com possibilidade de prisão perpétua.