Cabe a história de um projeto que nasceu para acompanhar o mundo dos famosos, mas que rapidamente percebeu que não são os títulos, os eventos ou os likes que nos ligam a eles. São as emoções. São as histórias. É o que está por detrás - ou melhor, por dentro. Por isso, não queremos ser os primeiros a publicar. Queremos ser os primeiros a escutar. Não queremos só cliques. Queremos ligações. Não queremos gritar manchetes. Queremos tocar corações.
"Não queremos ser os primeiros a publicar. Queremos ser os primeiros a escutar."
Oito anos de SELFIE. Não é só um número. É um caminho. É uma viagem feita de vozes. Algumas muito conhecidas. Outras que estavam caladas há muito tempo. E outras tantas que, simplesmente, precisavam de ser ouvidas. Quando olho para trás e vejo tudo o que construímos, percebo que há uma verdade que nunca mudou: a SELFIE não é apenas sobre os famosos. É sobre as pessoas. É sobre o que sentem. É sobre aquilo que não cabe num título, mas transborda numa entrelinha.
"A SELFIE não é apenas sobre os famosos. É sobre as pessoas."
Nestes oito anos, contámos histórias que não foram só notícias. Foram desabafos, memórias, feridas, momentos transformadores e recomeços. A SELFIE foi o espaço seguro onde a fama tirou o verniz… e revelou a pele. Foi o microfone de quem precisava de ser escutado. Foi, tantas vezes, o primeiro lugar onde alguém teve a coragem para dizer: "Não estou bem." Foi palco, mas também foi colo. Foi bastidor, confissão, abraço. Foi onde o rótulo se desfez… e sobrou o coração. A SELFIE fez muito mais do que noticiar. Ouviu. Acolheu. Testemunhou. Deu espaço ao que é íntimo, delicado, às vezes frágil. Contou o lado mais humano da fama - aquele que não se vê nas redes sociais, mas que se sente no peito.
"Foi o espaço seguro onde a fama tirou o verniz… e revelou a pele. Foi palco, mas também foi colo. Contou o lado mais humano da fama."
Chamam-lhe muitas coisas: jornalismo de entretenimento, jornalismo social ou cor-de-rosa. Mas nós preferimos chamar-lhe aquilo que, na verdade, temos feito desde o primeiro dia: jornalismo emocional. Histórias centradas nas pessoas e nos seus sentimentos.
Não é sensacionalismo. Não é invasivo. É jornalismo com empatia. É dar voz à emoção sem perder o rigor. É escuta com responsabilidade. É dar tempo à emoção. Espaço à memória. Voz àquilo que, tantas vezes, fica no silêncio. Porque sabemos que por detrás de cada entrevista, há alguém a confiar em nós. E por detrás de cada leitura, há alguém que se reconhece na história de outro. É por isso que acreditamos que o que que fazemos é mais do que contar histórias - é criar ligações.
"É jornalismo com empatia. É dar voz à emoção sem perder o rigor. Não é clickbait com lágrimas. É dar espaço a quem quer falar, sem filtros."
Não é exploração da dor. Não é clickbait com lágrimas. Não é invadir o íntimo - é criar espaço para que quem quer falar o possa fazer sem filtros e seja ouvido com respeito. Um espaço onde as emoções são contadas com verdade e empatia. Daquelas que se sentem na pele. Que nos fazem parar a leitura para engolir em seco. Que nos lembram que somos todos feitos da mesma matéria: emoção.
O número 8, que hoje assinalamos, tem duas simbologias que abraçamos com orgulho: o infinito, porque queremos continuar a emocionar, a surpreender e a ligar pessoas, por muito tempo, e a imperfeição, porque nenhuma história é perfeita - e é nessa imperfeição que mora a beleza da verdade. É, por isso, o símbolo da repetição, do recomeço, da resistência, da profundidade.
"Chamam-lhe muitas coisas: jornalismo de entretenimento, jornalismo social ou cor-de-rosa. Mas nós preferimos chamar-lhe aquilo que, na verdade, temos feito desde o primeiro dia: jornalismo emocional."
Também não é por acaso que SELFIE se escreve a amarelo. Não é apenas uma escolha gráfica - é simbólica. É a cor da amizade, da luz, da verdade, da empatia, da escuta verdadeira, da proximidade. Lembra-nos de que a comunicação pode ser leve sem ser superficial. Pode ser luminosa sem ser invasiva.
A SELFIE desafia o cliché de que, no mundo da fama, tudo é falso, tudo é jogo, fachada, passageiro ou movido por interesses. Com o tom emocional, humano e empático que construiu, a SELFIE é a prova viva de que é possível criar laços reais entre jornalistas e figuras públicas. Que é possível fazer do "social" um espaço de confiança, afeto e respeito mútuo, de laços que resistem ao tempo, ao ruído, aos títulos. Porque quando a relação é feita de respeito e emoção, o "social" deixa de ser apenas uma área da imprensa. Passa a ser um lugar onde a confiança acontece.
"Porque sabemos que a fama tem palco… mas, muitas vezes, não tem quem escute o silêncio que a rodeia."
Porque sabemos que a fama tem palco… Mas, muitas vezes, não tem quem escute o silêncio que a rodeia. Ouvimos falar sobre filhos, sobre pais que partiram cedo demais, separações que custaram, mudanças e recomeços com medo. Sobre depressões, ansiedade e doenças que nunca apareceram nas revistas. Estivemos sempre lá. Porque sabemos que há histórias que não se contam… se não houver confiança. E é essa confiança que queremos celebrar.
Porque as histórias que nos unem são as que se sentem. Celebramos também a coragem de fazer jornalismo com alma. De dar voz a quem já teve de se calar. De recordar quem já foi esquecido. De contar o que se sente - e não apenas o que se vê.
"Celebramos a coragem de fazer jornalismo com alma. De contar o que se sente - e não apenas o que se vê."
Obrigada. A quem nos lê. A quem nos escolhe. A quem nos sente. E à nossa equipa - feita de pessoas com o coração na caneta (ou no teclado, neste caso).
Que continuemos a ser o espaço onde a emoção tem lugar e onde as histórias verdadeiras nunca deixam de ser contadas.
Partilho convosco uma citação de Brené Brown que há muito me inspira: "Maybe stories are just data with a soul." (em português: "Talvez as histórias sejam apenas dados com alma.")
Venham mais 8 anos. Ou infinitos ∞
