"Se a Joana for condenada, toda a gente que quer vir a ter o direito de dizer 'eu não gostei muito disto', que vá preparar a carteira", afirmou Ricardo Araújo Pereira, uma das testemunhas ouvidas na manhã desta segunda-feira, dia 30, no julgamento do caso que opõe os Anjos a Joana Marques.
À saída do tribunal, em declarações à imprensa, Ricardo Araújo Pereira denunciou o "ridículo" da situação, em declarações ao Observador: "Devolveria a pergunta aos Anjos: se alguém contactar os Anjos a dizer que alguém tem vontade de se matar sempre que ouve os Anjos é improvável, mas eu por acaso conheço uma pessoa. A minha prima Andreia sempre que ouve a Noite Branca atira-se da janela. Temos de fazer sempre o Natal no rés-do-chão. A Andreia não gosta daqueles álbuns, mas não é razão para eles os recolherem."
"Acho que [uma eventual condenação] era uma catástrofe. Não apenas para quem tem a nossa profissão, mas para cidadãos em geral porque isso faz com que as pessoas percebam que fazer uma critica é ilícito. Se a Joana for condenada, não precisa de ser num milhão de euros, basta ser num, isso significa que aquilo que ela fez - crítica àquela atuação - é ilícito. E, portanto, toda a gente que já teve ou quer vir a ter o direito de dizer 'eu não gostei muito disto', que vá preparar a carteira", afirmou, ainda, Ricardo Araújo Pereira, à saída Palácio da Justiça.
Já em declarações à TVI, Ricardo Araújo Pereira afirmou: "O que eu acho que os queixosos pretendem do tribunal é uma impossibilidade. Eles querem que o tribunal determine o seguinte: 'Nós não somos ridículos'. E é impossível, porque somos todos."
Logo ao início da manhã, o humorista já havia declarado à estação de Queluz de Baixo: "A expressão 'assassinar uma música' não equipara ninguém à Rosa Grilo."
Entretanto, a sessão foi interrompida para almoço e os trabalhos retomam às 14 horas. Falta ainda ser ouvido Fernando Alvim, radialista e testemunha de Joana Marques.
O caso, recorde-se, chega a tribunal na sequência de um vídeo publicado por Joana Marques, que mostrava partes da atuação dos Anjos antes de uma prova do MotoGP em Portimão. Nelson Rosado e Sérgio Rosado cantaram o hino nacional e o vídeo publicado pela humorista continha partes de reações do júri do programa da SIC "Ídolos".
Depois da publicação do vídeo, os cantores decidiram avançar para a Justiça e exigem, agora, uma indemnização de um milhão e 118 mil euros.
