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Entrevista a Patrícia Müller, a autora de "A Protegida": "Fiz-me na TVI, portanto, é como voltar a casa"

Patrícia Müller volta a assinar uma novela da TVI 15 anos depois de "Mar de Paixão". A SELFIE esteve à conversa com a argumentista de "A Protegida".

Volvidos dez anos da última novela que assinou e 15 da última que escreveu para a TVI, Patrícia Müller regressa às tramas da estação de Queluz de Baixo com "A Protegida", com estreia marcada para a próxima segunda-feira, dia 17.

"Está a ser incrível! Tinha muitas saudades. Deste ritmo, desta pressão... É uma loucura! Já não estava habituada", disse Patrícia Müller, em exclusivo à SELFIE, na apresentação à imprensa da nova novela da TVI. A argumentista, que destaca "Morangos com Açúcar" e "Mar de Paixão" como os projetos mais marcantes que escreveu para o canal da Media Capital, mostrou-se radiante com este regresso: "A TVI foi a minha primeira casa, o meu primeiro amor... Fiz-me na TVI, portanto, voltar é maravilhoso. É como voltar a casa."

Sobre "A Protegida", a autora descreveu-a como "uma novela familiar, que conta a história de uma filha, de uma mãe e de uma avó", respetivamente interpretadas por Matilde Reymão, Alexandra Lencastre e Maria do Céu Guerra. "É uma novela muito emocional, com os problemas de uma família. Uma novela de mulheres, muito feminina e com que o público vai identificar-se, porque os motivos que a movem são muito universais: o amor, a família, as dificuldades da família...", referiu.

Patrícia Müller fundamentou, de seguida, a escolha de três mulheres para figuras centrais da novela. "Acho que somos quem nos trouxe aqui. Tenho uma grande reverência a quem está por detrás de mim e gosto sempre de homenagear quem me trouxe. Portanto, na minha ficção, acho que devemos sempre homenagear quem nos trouxe. Esta é uma homenagem a todas nós, às nossas mães e às nossas avós", disse, falando ainda sobre como o momento atual da sociedade influenciou a criação do enredo: "Está tudo um bocadinho perdido. As pessoas estão um bocadinho afastadas, portanto, haver pessoas próximas que gostam umas das outras, que se preocupam, que se protegem... Este é um bocadinho o desafio da novela: olhar um bocadinho para a nossa vida e pensar 'Quem nos protege? E quem protegemos?'. Achei que estava na altura de apresentar este conceito, porque é um conceito que, neste momento, não está muito visível. Achei que fazia sentido."

De volta à rotina de escrever uma novela, a argumentista garantiu não haver grandes segredos para tal. "São dez horas por dia, de segunda-feira a domingo. Numa série, demoro seis meses a fazer seis episódios. Numa novela, demoro uma semana!", exemplificou a autora, que recentemente assinou a série da TVI "A Filha". Personagens preferidas, não existem: "Neste caso, não, porque elas são todas muito engraçadas."

Patrícia Müller elogiou ainda a coesão entre as várias equipas que compõem "A Protegida": "Esta é a minha casa. Comecei aqui. É muito recompensador. Também tenho tido muita sorte. Além de ter uma ótima relação com a TVI, tenho tido equipas de produção, de realização, técnica, artística e elenco extraordinárias. Estamos sempre todos juntos, a falar uns com os outros, a comunicar, a pensar..."

O elenco, por exemplo, "é particularmente bom", sublinhou. "E foi uma coisa supercuidada. Foi toda a gente tão cuidadosa com o produto, com o projeto... Está a ser muito interessante por isso", afirmou.

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