Entrevistas

Cláudio Ramos: "É o projeto da minha vida, que quero fazer há 20 anos. Não me vou permitir errar"

Em entrevista, exclusiva, à SELFIE, Cláudio Ramos falou sobre a estreia do "Big Brother", um projeto que, há muito, ambicionava abraçar.

- Temos ouvido falar muito sobre o empenho do Cláudio. Tem aproveitado para se preparar ainda mais?

Tenho-me preparado ainda mais. Por muito que te prepares, há sempre uma coisa nova que podes descobrir, e eu faço muita pesquisa. Acho que nunca estou, totalmente, preparado. Este mês, em que estivemos em compasso de espera, serviu-me para me preparar melhor, para perceber a mecânica, perceber o tom... O tom que vou ter dia 26 não é, exatamente, o tom que ia ter a 22 de março. Aconteceram muitas coisas neste tempo todo e é preciso adaptar.

- Agora, que se aproxima o grande dia... está nervoso?

Estou, sempre, nervoso, em qualquer programa de televisão, mas estou ansioso. Eu não sou nada o género de pessoa que diz: "É mais um programa, é mais um formato, não vou pensar em audiências, nem vou pensar em nada..." Eu tenho a noção e o peso da responsabilidade. Este é um formato que muitas pessoas querem ver, que é muito esperado, que é uma grande aposta da estação, e que é responsável por uma mudança significativa que fiz na minha vida. Logo, além de nervoso, tenho a ansiedade da responsabilidade de querer fazer bem. Mas sei que, no dia em que for fazê-lo, esqueço o resto e foco-me, apenas, no programa.

- O papel já era de extrema responsabilidade, mas, agora, sabendo que vai fazer diferença na vida de muitas pessoas que estão em casa, devido a esta pandemia, esse sentido de dever aumenta ainda mais?

Aumenta o sentido de responsabilidade, na medida em que, percebes que o que vais dizer, e a forma como vai chegar a casa das pessoas, é importante. Não é só chegar e ponto. É chegar e tentar, com um formato destes, passar a mensagem certa, de forma objetiva e clara, para que as pessoas, em casa, entendam: eles passam pelo mesmo que nós estamos a passar e ele está ali, a trabalhar. Eu sou apenas uma espécie de ligação entre os concorrentes e as pessoas que estão nas suas próprias casas. Gostava que as pessoas sentissem que, também, são concorrentes, pelo menos, nesta primeira fase, porque os nossos concorrentes vão fazer o mesmo que elas fazem em casa. A responsabilidade é muita, a noção de como se passa a mensagem tem de ser consciente. Não pode falhar, nunca, um foco que acho que é, sempre, o mais importante, por muito que se diga, que se treine, que se invente... que é a verdade. Acho que a melhor maneira de fazer televisão, seja em que circunstância for, é estar olhos nos olhos com o espetador, e falar com verdade. Acho que ele entende, mesmo que não seja, exatamente, a linguagem dele ou aquilo que ele quer ouvir. Se for com verdade, ele vai entender.

- Na semana passada, no seu blogue, descrevia-se como alguém "forte", mas "frágil". O que sentiu quando decidiram avançar com o "Big Brother"?

Quando fui fazer a emissão especial com a Fátima Lopes, não fazia televisão há dois meses, cheguei e vi uma realidade diferente… muito pouca gente, tudo protegido, não havia público... Para mim, o público é muito importante. Faço televisão há 20 anos com público. E, quando cheguei a casa, chorei… Eu tenho muita dificuldade em acreditar que a televisão vai voltar a ser como ela era há seis meses, porque nós vamos ter medo, porque a realidade vai ser outra. Se calhar, é a televisão do futuro, não faço ideia. Mas, para mim, que faço televisão há 20 anos, esta realidade choca-me, como me vai chocar muito fazer uma gala do "Big Brother", com que eu sonhei durante 20 anos, e não ter público, mas esta é a realidade.

Posso perguntar-lhe se voltou a chorar quando fecharam a data de estreia?

Eu sabia que íamos avançar, mais cedo ou mais tarde, bastava tudo isto acalmar. Senti vontade de meter as mãos na massa, porque eu gosto de trabalhar. Este é o projeto da minha vida, é o projeto que eu quero fazer há 20 anos. Eu consumo tudo do género… não pode dar errado, de maneira nenhuma. Não me vou permitir errar, estou muito focado. Acho que vou chorar quando acabar o programa, tipo aquela ressaca emocional de "ah! A coisa correu muito bem", porque tem mesmo de correr muito bem.

- Inevitavelmente, vai estar associado à forma como os portugueses vão ver a TVI e a mudança da TVI, não só agora - durante a pandemia - mas, sobretudo, depois da pandemia. Já pensou sobre isso?

Sou muito pouco modesto na hora de trabalhar, porque gosto de fazer as coisas bem feitas, gosto que se me reconheça que é bem feito, mas gosto de ter a certeza de que o fiz bem. Está muita coisa nova a acontecer na TVI, porque - não sejamos hipócritas - nós precisamos, obviamente. Fico muito contente, se eu for um pedacinho responsável por uma boa mudança que a antena precisa e se for responsável por um grande número de pessoas que virá para a antena e permanecerá. Eu quero fazer a mudança, mas quero fazê-la com os que estão cá e com os que estão para vir e para ficar.

- Que marca gostava de deixar na TVI?

De proximidade! Fui muito bem recebido na estação. Gostava muito que, daqui a um ano, estivéssemos todos próximos, que pudéssemos abraçar-nos, combinar um jantar, uma festa... E que os números fossem bons… não vamos esquecer os números, porque uma empresa precisa de números. Mas gostava que fossemos todos próximos, uns dos outros, das pessoas, e que as pessoas nos identificassem. Gostava de ser uma espécie de pedrinha para, em conjunto com outras pessoas, fazer esta espécie de mudança.

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