Como é que está a ser regressar à representação com a comédia familiar Ding Dong?
Está a ser muito bom. Fiquei super entusiasmada com o convite para fazer uma comédia e posso dizer que superou as minhas expetativas, não sabia que me ia divertir tanto. Já tinha saudades de pisar o palco e acabou por ser a altura certa para regressar.
O teatro é uma grande paixão, a par da televisão e do cinema?
Para mim, acabam por se complementar. Comecei no cinema e foi onde me apaixonei por esta profissão, fiz muitas novelas, durante anos seguidos, e tenho estado presente, também, no teatro. Para mim, faz sentido assim, porque cada vertente tem uma maneira muito própria de se trabalhar a personagem, o que faz com que continuemos a evoluir e a aprender enquanto atores.
E o registo da comédia?
Foi uma descoberta muito interessante. Tem sido um projeto e uma personagem que me têm desafiado enquanto atriz e o feedback não podia estar a ser melhor. Ao contrário do que se possa pensar, fazer comédia não é nada fácil, não basta chegar ao palco e dizer um texto engraçado, tudo tem os seus tempos e tudo é trabalhado ao pormenor. Depois, temos a reacção e a energia do público, que é sempre diferente e também temos de nos adaptar a isso.
Traição, vingança e alguma confusão à mistura são os ingredientes principais. Por que é que as pessoas não podem perder?
Porque é um tema sempre atual e que, neste caso, é tratado com graça, principalmente, pelas confusões que vão surgindo ao longo da peça. Garanto que se vão rir muito e, acima de tudo, é por isso que não podem perder esta comédia.
O que é que podemos retirar desta comédia?
Que nunca devemos subestimar outras pessoas, porque, depois, há surpresas.
Como é que tem sido trabalhar com este elenco?
Tem sido ótimo. Foi um mês e meio de ensaios muito intenso e acabámos por passar muito tempo juntos. Felizmente, há uma união muito genuína, em que o principal objectivo é darmos o melhor de nós, e isso reflete-se no palco. Em todos os espetáculos, acabamos por nos divertir, e isso é maravilhoso.
Qual o projeto de que tem mais saudades?
Acho que, durante estes 22 anos, acabei por resolver as saudades com que ficava dos projetos e das pessoas. Já acaba por ser natural, quando começo uma personagem já sei que, um dia, vou ter de a deixar, e, por isso, já não sofro com isso. Tenho, sim, saudades de algumas pessoas com quem trabalhei, mas, felizmente, de uma maneira ou de outra, vamo-nos cruzando.
Quem são os seus maiores críticos?
Acho que sou eu mesma. Como sou muito perfecionista, acabo, sempre, por me analisar demasiado e sei onde posso melhorar e o que saiu bem. Também gosto de ouvir a crítica do meu marido, porque faz sempre uma análise interessante.
Quem é que nunca falta na plateia?
O meu marido nunca faltou, foi a todas as estreias das peças que já fiz. E os meus filhos mais velhos, agora com 8 anos, também já gostam e fazem questão de ir. Foi emocionante ver os sorrisos deles no final.
Com três filhos pequenos, como é que tem sido a logística familiar?
Há dias mais cansativos do que outros, o que é natural. É tudo uma questão de organização, que nem sempre é fácil, mas, quando a vontade de continuar a trabalhar no que mais gosto é muita, tudo se consegue. Na verdade, não gosto muito de me queixar, foi uma opção nossa ter três filhos, e por isso eles serão sempre a nossa prioridade, mas quero continuar a conciliar o meu trabalho, porque só assim faz sentido enquanto realização profissional.
É casada há nove anos com Vasco Silva. Ele é o grande pilar?
É o meu marido, meu amigo, pai dos meus filhos, e, sim, acaba por ser o grande pilar. Estamos juntos quase há 11 anos e fomo-nos adaptando em algumas situações, já passámos por momentos muito bons e alguns de muita provação, que nos uniram ainda mais. Posso dizer que, com o Vasco, construí a minha família de sonho, e é por isso que lutamos todos os dias.
Qual é o segredo da vossa relação?
Não há segredos. Todas as relações são diferentes, todas têm momentos bons e maus. Não se pode é desistir à primeira adversidade e, acima de tudo, tem de continuar a fazer sentido para os dois.
Qual dos vossos três filhos é mais parecido com a mãe? São todos muito diferentes?
São todos diferentes. Fisicamente, o mais parecido é o Sebastião, de personalidade ainda é cedo para se perceber, acho que cada um tem a sua personalidade e isso é ótimo.
Como é ser mãe de três rapazes? Pondera tentar uma menina?
Mãe de rapazes é a loucura. Adoro! Às vezes, é difícil ter energia para tanta animação lá em casa, mas são miúdos muito doces e protetores. Nunca pensei na menina, para ser sincera, muito provavelmente, vou ficar por aqui e estou muito realizada.