Conheça Margarita Pugovka: das passerelles internacionais para a cozinha do "MasterChef"

A Selfie esteve à conversa com Margarita Pugovka, a manequim de sucesso internacional que é concorrente da nova edição do "MasterChef".

Viveu na Letónia até aos 8 anos. Que memórias guarda desses tempos?

Tenho muitas memórias da infância na Letónia, antes de vir para Portugal. Passei muito tempo com os meus avós que viviam no campo. Lembro-me de trepar macieiras, passar horas escondida no palheiro, apanhar borboletas e de ter sempre os joelhos destruídos. Lembro-me do cheiro da primeira neve e da comidinha boa de casa.

Mudou-se para o nosso país nessa altura. O que a trouxe até Portugal?

Os meus pais emigraram para Portugal e acabámos por ficar. Foi aqui que, pela primeira vez, vi laranjas a crescer na rua, aprendi, realmente, a gostar de comer e a sorrir para estranhos.

Em que altura e de que forma o mundo da moda surgiu na sua vida?

Tinha 15 anos, quando fui abordada por uma scouter, num centro comercial, para participar num concurso. Por mais clichê que possa parecer, estava a comer batatas fritas. Acabei por vencer e, a partir daí, a minha vida mudou completamente.

Prefere as campanhas ou as passerelles?

São coisas completamente distintas. Gosto muito da adrenalina e da efemeridade da passerelle. Por outro lado, a fotografia possibilita viver na pele de outra pessoa, por um dia - existe uma personagem, uma história e um conceito para que o resultado final seja visualmente forte o suficiente para nos transportar a esse universo.

Como é que se prepara?

Gosto de ver o moodboard, seja dos desfiles ou das sessões fotográficas, de forma a poder personificar melhor a ideia dos designers ou stylists.

No currículo, soma desfiles e campanhas, a nível nacional e internacional, tendo, inclusive, feito uma campanha para Marc Jacobs. A moda é a sua grande paixão?

Durante muitos anos, adorei trabalhar como manequim - viajar, conhecer pessoas e comer coisas incríveis por esse mundo fora. Acho, particularmente, interessante poder entender o processo criativo envolvido em sessões fotográficas e desenvolvimento de coleções. Ainda assim, chegou uma altura na minha vida em que quis estabilizar e começar, aos poucos, a construir um futuro para além da moda.

Mas ainda tem muitos sonhos por realizar no mundo da moda?

Adorava poder fazer uma colaboração com um estilista em que desenvolvo uma variedade de sobremesas, de acordo com a linguagem de uma determinada coleção - quase uma continuação da mesma, mas em versão docinha.

A paixão pela cozinha está bem evidente nas suas redes sociais. Como é que uma manequim concilia estes dois mundos? É possível dedicar-se à cozinha e manter a boa forma?

Acho que, como em tudo, o equilíbrio é essencial. Para mim, ter uma alimentação cuidada é um dado adquirido - é importante para o meu bem estar, tanto físico como mental. Obviamente, provar tudo o que cozinho é essencial e faço-o sem peso na consciência. Ah, e nunca digo não a um cachorrinho com batatas fritas!

Que tipo de alimentação faz no dia a dia? Essa alimentação é acompanhada de um plano de treino rigoroso?

No meu dia-a-dia, acabo por ter uma alimentação maioritariamente vegetariana. Bebo muita água e chá, e evito o sal. Em termos de exercício físico, faço Yoga, ando de patins e vou a pé para (quase) todo o lado.

Voltando à cozinha... Como é que descobriu esse gosto?

Sou muito gulosa e, desde cedo, tive dificuldade em encontrar doces que me satisfizessem. Foi aí que comecei a aventurar-me na pastelaria, de forma a poder comer sobremesas que me enchessem as medidas.

Com quem é que aprendeu a cozinhar?

Com a minha mãe e com o meu pai, que, normalmente, é o cozinheiro de serviço.

Qual foi o primeiro prato que aprendeu a cozinhar?

As tostas mistas contam?

O que é que não gosta nada de cozinhar?

Tudo o que seja carne não é, de todo, a minha praia.

Qual o prato favorito?

Bacalhau com broa, arroz de feijão, ramen (o verdadeiro, com um caldinho de 24 horas) e batata, de todas as formas e feitios. Vivo para comer batata.

O que detesta que lhe façam quando está na cozinha?

Adoro organizar jantares para amigos. Penso num menu e tenho o plano de tarefas organizado. É um momento quase meditativo e que me dá imenso prazer. Por essa razão, não gosto nada que me tentem "ajudar" [risos].

Quem é o maior fã dos seus pratos?

A minha mãe, óbvio!

Há alguma celebridade para quem gostaria de cozinhar?

Seria uma honra poder apresentar uma sobremesa ao Pierre Hermé - o autor do meu primeiro livro de pastelaria e uma inspiração enorme.

Foi o gosto pela cozinha que a levou a participar no MasterChef?

Muito mais do que a cozinha, foi o meu amor pela pastelaria que me fez inscrever no "MasterChef".

A competição foi renhida?

Os 15 finalistas são cozinheiros fortíssimos, portanto, a competição foi, sem dúvida, muito renhida.

Qual a prova mais difícil?

Para mim, foi a nossa primeira prova de exterior. Fez-me duvidar, seriamente, da minha presença na competição e levou-me a um limite físico e emocional. Foi muito duro.

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