Os repórteres da TVI Paulo Bastos, Victor Moura-Pinto, Miguel Bretiano e João Paulo Delgado iniciaram uma aventura pela mais longa estrada portuguesa: a Estrada Nacional 2, que atravessa o país, de Norte a Sul.
A "Estrada Nacional" está de volta, leve-nos até ao momento em que nasce esta rubrica.
A primeira "Estrada Real" foi há seis anos e nasceu, quando eu cheguei à TVI, em conjunto com José Alberto Carvalho. A ideia foi, desde o início, fazer reportagem "pura e dura", uma espécie de bloco de viagem, em que íamos pela estrada fora, à procura de histórias. Algo que fugisse ao trabalho normal que implica estar nas redações, ou seja, muito trabalho ao telefone, muito trabalho sentado... e esta rubrica não. A "Estrada Real" consiste num repórter lançado pela rua fora.
Um formato diferente daqueles a que os telespetadores estão habituados...
Desde que a rubrica nasceu, foram criados uma série de sucedâneos deste formato. Este formato nasce há seis anos de mim e do câmara com quem estava na altura. Resolvemos levar umas go-pros, além das câmaras normais. E, ao longo dos anos, vamos estar sempre a introduzir tecnologias novas, porque tem piada dois jornalistas que saem à rua e nunca voltam à redação. Vão pela estrada fora... a filmar e a montar as peças sozinhos... com os meios e as histórias que têm. Estamos a falar de uma história de 48 horas, porque temos um dia para encontrar a história e outro para a montar. Passadas as 48 horas, o processo repete-se.
A "Mesa Nacional", também da TVI, está de alguma forma ligada à "Estrada Nacional"?
Como eu disse, há aqui uma série de sucedâneas... "A Mesa Nacional" nasce da "Estrada Nacional" e o "Meu Querido Mês de Agosto" é, também, uma imitação deste formato. A "Estrada Real", que, em cima das autárquicas, costuma fazer uma variação sobre o tema, é um bocadinho mais direccionada à política e à estatística de números muito concretos sobre as autarquias, mas isto é reportagem pura. E, agora, justificou-se voltar à rubrica, quando estamos às portas de eleições autárquicas.
Qual é o maior desafio?
O maior desafio, aqui, é sempre encontrar a história e manter a calma. É um desafio quando o dia chega ao fim e não temos história, portanto, gravamos coisas que não sabemos se, depois, funcionam coladas umas às outras, mas a estrada tem sido boa para connosco. Para além disso, é fisicamente muito desgastante. Dorme-se muito pouco. Hoje, por exemplo, começámos às 08:00 horas, parámos um bocadinho para almoçar e vamos estar a trabalhar até às 20:00 horas. E assim sucessivamente. Até dia 24, não voltamos à redação.
O que é que este projeto trouxe de novo?
É um formato em que o jornalista de imagem e o de texto andam juntos. Os dois juntos funcionam como uma equipa independente e auto-suficiente e, inclusive, aparecem nas imagens. Foi a primeira vez que, na televisão portuguesa, se utilizou uma go-pro, uma canon 5D, selfies, mochilas para se fazer diretos, emissões 3G e telemóveis. Nós temos sempre uma brincadeira tecnológica e é sempre algo muito informal. É a reportagem pura e dura e diferente do trabalho que se faz em redação.