Entrevistas

Nuno Santos fala sobre o futuro da TVI: "Conseguimos encontrar soluções em momentos difíceis"

Em entrevista, exclusiva, à SELFIE, o Diretor de Programas da TVI, Nuno Santos, falou sobre o futuro do canal, depois da estreia do "Big Brother".

- Portugal parou quando estreou o primeiro "Big Brother". Agora, Portugal está, literalmente, parado. Daqui a 20 anos, acha que as pessoas recordarão esta edição, tal como, ainda hoje, recordam a primeira?

O exercício da futurologia é, sempre, muito perigoso... Aquilo que as últimas semanas nos ensinaram, entre outras coisas, é que a nossa vida mudou tanto que é bastante imprevisível perceber onde é que estaremos daqui a 20 anos. Agora, dito isto, uma coisa é certa: nós preparámos um "Big Brother" muito diferente e mais próximo das pessoas. Quando lançámos o desafio para que os portugueses se inscrevessem (e nós tivemos quase 20 mil inscrições), queríamos pessoas reais, e, de facto, o casting retrata muito isso. Acho que o programa vai ser muito surpreendente, muito próximo dos espectadores, muito estimulante no conflito de perspetivas, de pontos de vista, de opiniões, de formas de estar que os concorrentes têm entre eles... Acho que é uma edição para mais tarde recordar.

- E como espera que esta estreia seja recordada daqui a 20 anos?

Como uma edição muito marcante, como uma edição que faz parte da história do "Big brother", aliás, a maneira como nós a vamos começar, por si só, já vai ficar marcada na história e vai ser aplicada pela Endemol Internacional noutros territórios, e isso, também, quer dizer alguma coisa, sobre a capacidade que nós temos de encontrar soluções em momentos difíceis.

- Em termos de posicionamento e notoriedade, o que é expectável que um reality show com a dimensão do "Big Brother" traga à TVI?

O "Big Brother", ao longo da sua história, tem sido um programa que toca toda a gente, mesmo aqueles que, às vezes, até fazem questão de dizer que não vêem e que nada sabem. O "Big Brother" toca pessoas de todas as idades, toca todos os públicos, toca pessoas de todas as classes sociais, e, por comparação com aquilo que se sucedia nas primeiras edições, há 20 anos, o "Big Brother" tem, hoje, uma grande capacidade de chegar, ainda mais depressa, aos cidadãos, porque "viaja" muito no digital, nas nossas próprias redes, nas redes dos meios e das pessoas, geralmente partilham conteúdos por WhatsApp… Esse tem sido um dos nossos cuidados, também, porque, com um "Big Brother" mais digital do que alguma vez foi, nós temos de, primeiro, ter mais alguma coisa para mostrar na televisão tradicional, e, segundo, temos de dar mais alguma coisa que não é dado no imediato de um vídeo que se recebe por WhatsApp. "Por que é que isto aconteceu?",  "O que é que vai acontecer a seguir?"...  Acho que nós, também, temos de ser capazes de fazer isso.

- Desde que estamos em isolamento, a TVI já estreou uma novela ("Quer o Destino"), já estreou dois programas ("Anti-Stress" e "A Vida Lá Fora")... Tudo isso surge da vontade de fazer companhia aos portugueses e ajudar a superar esta fase?

Sim, com programas e formatos novos, que têm a ver com este momento. Nenhum deles estava no nosso horizonte antes da crise da pandemia, à exceção da novela, obviamente. Claro que tivemos de parar projetos e congelar outros, mas o que nós sentimos, neste momento, é que a televisão, tantas vezes tão amaldiçoada, tem sido muito importante, durante este momento de crise, pela informação que transmite, pela companhia que faz às pessoas, pela capacidade que tem para as juntar.

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