Entrevistas

Nuno Santos fala sobre a estreia e os concorrentes do "Big Brother": "Não vale tudo"

Em entrevista, exclusiva, à SELFIE, o diretor de programas da TVI, Nuno Santos, falou sobre a decisão de avançar com a estreia do "Big Brother" e levantou a ponta do véu sobre os concorrentes.

- Há um mês, a TVI tomava, como dizia o Nuno, "a decisão que se impunha", "a decisão certa" de adiar o programa. Mas, agora, chegou o momento certo, não é assim?

Agora, chegou o momento certo! No fundo, durante este mês, preparámo-nos para arrancar, no sentido de proteger os concorrentes, e, também, de criar soluções que permitissem que a equipa pudesse trabalhar em segurança, e que muitas pessoas pudessem trabalhar a partir das suas casas, na edição e na concepção dos conteúdos. Foi preciso este tempo, com as autoridades sanitárias, com as equipas de segurança, com um protocolo que nós e a Endemol criámos, adaptámos, implementámos, para que estivéssemos prontos para avançar em segurança, porque nós temos uma responsabilidade social, também, e, portanto, não vale tudo e não podíamos começar de qualquer maneira.

- O que levou à escolha desta nova data e à decisão de dividir o programa em duas fases?

A escolha da nova data tem a ver com o facto de estarmos prontos. Eu não escondo que, à volta deste processo, há um conjunto de elementos que são importantes. Nós temos anunciantes que estão no "Big Brother" e que têm vontade que o programa arranque e sabemos que o programa é muito importante para a dinâmica da TVI este ano, mas qualquer uma destas coisas tem muito menos importância do que a saúde e a segurança. Nós arrancamos, agora, porque sentimos que estamos prontos para arrancar e que estamos em condições de arrancar, em duas fases. Nós vamos conhecer os concorrentes e eles vão conhecer-se da mesma maneira que nós temos falado uns com os outros. Depois, haverá um momento, mais à frente, em que, de facto, eles chegam todos à casa, e é aí que diria que o "Big Brother" será mais próximo daquilo a que os espectadores estão habituados. Costuma dizer-se que o "Big Brother" é "a novela da vida real" (uma frase muito feliz, não sei quem é a inventou, na altura), mas é mesmo isso, porque o programa tem, também, muito trabalho guionado, se nós quisermos. Há muitas coisas que têm a ver com as ideias que a produção consegue criar a partir da personalidade daquelas pessoas, e, portanto, traduzir isso neste modo em que nós estamos, aqui, a interagir vai ser muito interessante e estimulante para o espectador.

- Qual tem sido a importância das redes sociais e do digital nesta fase, nomeadamente, na divulgação do "Big Brother"?

Tem sido imenso e vai ser mais ainda. É no digital e nas redes que estamos todos. Eu acho que o "Big Brother" vai ter duas vidas. Uma vida na antena e uma vida no digital, que é muito importante, e será tão mais importante no digital quanto a força da marca se revelar. Nós achamos que essa confluência entre conteúdo televisivo e digital, que, às vezes, é o mesmo, e que, outras vezes, é pensado de maneira distinta, vai chegar às pessoas.

- O mundo está diferente, não o podemos negar. Em tempos como este, é necessário saber dar a volta, reinventar e reinventarmo-nos? O importante é não desistir?

Toda a gente está a procurar reinventar-se, seja a pequena casa de costura do meu bairro, sejam os grandes programas de televisão como o "Big Brother". Nós vamos ter um programa que, aos olhos dos espectadores, tem toda a sua essência, tem toda a sua dinâmica, tem toda a sua capacidade de agregação e de tocar os públicos, mas, sim, com elementos que são distintos ao olhar. Nós não temos público no estúdio, como não temos público nos nossos programas há mais de um mês. Não vamos poder ter os concorrentes a chegar, com público à espera deles, no estúdio da Venda do Pinheiro. Isso não vai acontecer, mas, talvez, aconteça no momento da saída, portanto, acho que temos de ir andando, monitorizando e tomando as decisões certas a cada momento.

- O que pode acontecer nestas primeiras duas semanas de programa?

Tudo pode acontecer.

- Na primeira fase, como será feito o único contacto entre os concorrentes e com o Cláudio Ramos?

As pessoas não vão estar, fisicamente, ao pé umas das outras, mas elas vão interagir umas com as outras, como nós estamos a fazer, agora, pelo computador. Nós estamos, aqui, há 16 minutos, mas, se nós estivermos, aqui, quatro horas, vamos querer saber coisas da vida uns dos outros e vamos querer saber como é que estamos a passar por esta fase, como é que os nossos filhos estão e para onde é que estávamos a pensar ir de férias e não vamos, vamos começar a embirrar uns com os outros ou a achar que estamos próximos mais daquela pessoa ou da outra....

- Vamos ter concorrentes muito diferentes? Podemos levantar a ponta do véu?

Vamos ter pessoas de idades diferentes, desde logo, vamos ter pessoas de, praticamente, todas as regiões do país, incluindo uma de fora do continente, e algumas que, tendo origem portuguesa, têm vivido fora de Portugal. Vamos ter pessoas que têm uma formação muito distinta.... Umas, que são, se quisermos, do país mais tradicional, mais rural, mais recôndito, e, outras, que são da grande cidade. Esse mix pode ser muito perturbador. Há histórias de vida extraordinárias. Umas de superação, outras um pouco daquela forma portuguesa, de ser capaz de levar a vida sem grande esforço... Há de tudo.

- Os espectadores vão identificar-se com alguma história em particular?

Todas as pessoas que vão estar a ver o programa, claro, mais com uns do que com outros, mas vão identificar-se com alguém que está ali.

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